domingo, 5 de dezembro de 2010

Yeah Yeah Yeahs - Maps

Nova Iorque é conhecida por nós, como o centro do mundo. Influencia tudo: finanças, comércio, cultura, moda, entretenimento... Bem, tudo menos desporto: no basket, já vai o tempo em que os Knicks tinham uma equipa de jeito e no futebol americano sempre gostei mais do Tom Brady. De Nova Iorque sempre saíram grandes nomes da música em várias vertentes: Sonic Youth, Television, Beastie Boys, Ramones, Talking Heads... e este novo milénio não foi excepção. Pode dizer-se que Nova Iorque foi uma das cidades presentes na chamada "Salvação do Rock" dos anos 2000, tão bem encabeçada pelos The Strokes com o seu Is This It?. Nomes como Interpol, The Walkman, The Hold Steady dão os seus primeiros passos nesta altura, dando o empurrãozinho para a expansão deste movimento com nomes como Kings of Leon, The Killers, Arctic Monkeys e Libertines.


A representar a sonoridade mais punk-rock e com uma energia contagiante, estavam os Yeah Yeah Yeahs. Quando a vocalista Karen O e o guitarrista Nick Zinner começam a tocar juntos, tendo como influências a vida musical de Ohio onde Karen estudou, a ausência de um baterista foi sentida e colmatada por um dos meus bateristas favoritos, Brian Chase. Está formado então o trio com que os Yeah Yeah Yeahs lançam o seu primeiro EP, em 2001. Foi só um cheirinho do que a banda, e principalmente Nick Zinner, nos podia dar. Em 2003, lançam um dos meus álbuns preferidos, presente em grande parte dos tops dos críticos, Fever To Tell, produzido por David Sitek dos TV On The Radio. Sobre este álbum posso dizer muito, mas acho que fala por si. Não há uma música que eu não goste. Há sim revolta, alegria, tristeza, romance, maluquice, energia e muita, mas muita, qualidade. Karen O delicia-me com a sensualidade e raiva dos seus gritos, Brian Chase e Nick Zinner conquistam-me com a sua simplicidade disfarçada. E, se ao início há dúvidas sobre o que de novo trazem os Yeah Yeah Yeahs com este álbum e se a voz de Karen O é ou não uma vantagem para a banda, essas dúvidas dissipam com as músicas No No No, Y-Control e, principalmente, Maps. Não tenho qualquer problema em dizer aqui, que Maps, é uma das melhores músicas da década. Guitarra perfeita, uma bateria suave, mas firme quando é preciso e uma Karen O a transmitir toda a emoção inerente à música. Deixo-vos aqui a música:



Os Yeah Yeah Yeahs continuaram a sua carreira com Show Your Bones, um álbum positivo, com canções bastante interessantes, como Gold Lion, Way Out e Cheated Hearts, mas sem ter tido o efeito Boom do primeiro álbum. A banda parece envergonhada, presa. É como se o vizinho de cima lhes tivesse dito para fazerem menos barulho.
Em 2007, sai um EP, Is Is, que é uma mostra da capacidade de amadurecimento dos YYY's. Karen O já conquistou as pessoas, é de facto uma vantagem e a banda mostra-nos que não vai morrer como outras bandas da mesma fornada. São 5 músicas que nos deixam com vontade de mais!
Em 2009, lançam It's Blitz, o álbum que revela o quanto os Yeah Yeah Yeahs podem mudar. A atitude rebelde e punk desaparece, para um registo muito mais Pop, simples e calmo. O tom épico das músicas, estranho para os seus ouvintes mais rockeiros, é para mim um excelente ganho e uma prova da mudança sem perder qualidade dos YYY's. É claramente um "must-listen", mas recomendo ouvi-lo depois de ouvir os primeiros dois, para apreciar a transformação que nos faz aperceber o que de bom tem este álbum. Como a música anterior é mais calminha, ficam aqui com o single do It's Blitz, Zero:

3 comentários:

  1. Mas que grande artigo, parabéns .

    É uma banda que até simpatizo, não tanto como outras referidas neste post, mas são agradáveis de ouvir.

    Tive pena de perder o concerto em PdC

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  2. Tenho que discordar contigo Diogo. Na minha opinião esta transformação, não os vem beneficiar muito...na verdade não gostei.

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  3. Fever to Tell é um albúm assombroso! Acompanhou-me em repeat enquanto lia Viagem ao Mundo da Droga. Não consigo dissociá-los um do outro.

    Um dos meus albúns preferidos de sempre!

    Tenho alguma curiosidade em ouvir a banda sonora do Where the Wild Things Are e ver o que resultou da parceria Karen O com Spike Jonze.

    Ps: falam nos Talking Heads para quando um artigo sobre esses meninos? Fica a sugestão :)

    Abraço

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