quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Converge - Heaven In Her Arms


Querido blog,
Converge é uma das minhas bandas preferidas desde que os comecei a ouvir, ainda me lembro, foi no Inverno de 2005 em que foi apresentado aos meus ouvidos o album You Fail Me. Eu era novinho na altura, os meus 15 aninhos, ainda não estava dentro da complexidade musical, e da profundidade das letras do seu líder Jacob Bannon, mas havia algo de pesado, poético, depressivo nas suas letras que me chamava a atenção. A relação com o hardcore era óbvia, foi por isso que comecei a ouvir mas, as primeiras vezes que ouvi You Fail Me, percebi que era muito mais que isso. Desde os riffs matemáticos, super pesados, incofundíveis de Kurt Ballou (génio) (os seus outros, toda a sua abordagem á guitarra) (hattrick de parênteses), a bateria violentissima, a transpirar hardcore, metal extremo, o baixo a acompanhar a violência matemática da música, e o vocal de Jacob Bannon a suar desespero, e raiva.
É verdade esta é bem capaz de ser uma das melhores bandas que anda aí.
Hoje venho partilhar com vocês a minha música preferida de Jacob Bannon e o bando. Heaven in Her Arms, é uma música do épico Jane Doe de 2001, o alcbum-conceito sobre breakup.
Heaven in Her Arms, tem as lyrics mais lindas de sempre e até vou por aqui. Continuando tudo nesta música é perfeito a voz diabólica de Jacob Bannon, a guitarra de Kurt a dar um ambiente bem depressivo á musica a bateria a transpirar agressividade, enfim aconselho-vos a ouvir o album Jane Doe, e se por acaso costumarem ouvir as músicas que costumo pôr aqui oiçam esta enquanto lêm as lyrics.
Obrigadux, como andam a ser os últimos dias do ano?

Converge - Heaven In Her Arms



Death was just a simple glance across a dim lit room
And those eyes did it
Those three words did it
Those three words killed him
And I surrender to it all
Between you and me, I surrender to you
Forgive me for the sadness
And the bringing of you down
I just needed a lover and I needed a friend
And there you were
Running from forever like all the rest
Three simple words bled me dry
Three simple word bled us dry, bled us dry
I love you

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A nossa prenda!

Boutiquers, o natal chegou tarde ao blog, mas chegou. Hoje têm inúmeras prendas (na verdade são só 2). Uma delas é este artigo, que é o 2º que fazemos em conjunto! Vá, vou dar-vos tempo para irem festejar e gritar à janela "Iupiiii!". E agora, aproveitando a vossa felicidade extrema, temos o prazer de apresentar a compilação do ano: 40 músicas (algumas repetidas), que se sacarem já já já, ganham o bónus que é as menções honrosas (na verdade as músicas já lá estão, não é preciso sacar já. Mas saquem. Agora... Vá... Rápido)! Hã?! Já viram a vossa sorte?
Esta compilação são os nossos tops: do Martins e do Crostas. Wow pera aí, afinal temos uma 3ª prenda! A foto mais xpectacular de sempre: o nosso cartão de visita para o mundo, Martins, Crostas e a nossa mascote Bouticas.

LINKS:

TOP 20 do Crostas

TOP 20 do Martins

2010 - A compilação


Querido blog,
fiz uma lista das melhores músicas de 2010. Melhor ainda juntei-as todas e pus no mediafire (o meu pai é policia). O Diogo fez o mesmo, e a seguir ao meu post e ao dele, vimos cá pôr as duas compilações.
Nunca fui grande fã de listas, porque há sempre injustiças comigo mesmo, deixei de fora nomes como Ke$ha, GaGa, Eminem entre outros mas inclui aquelas que achava que me iam fazer parecer mais inteligente. Vou deixar aqui e dizer uma palavrinha ou outra sobre algumas das minhas escolhas.
E a minha montagem lá em cima o que é que achas blog? Melhor do que as setas do Martins, ou não?

2010 - 2 Anos antes do fim do mundo
Top 20

20. The Walkmen . All My Great Designs

Lisbon saíu em 2010 e trouxe-nos esta bonita música (lol)

19. Harlem - Someday Soon

Então Hippies foi o 3º melhor album da vaga lo-fi/surf/rock/pop que anda a moldar os hypsters como eu. Someday Soon, é uma musica jovem com um refrão bem Kinks.


18. Big Boi - Shine Blockas (ft. Gucci Mane)

2010 trouxe-nos grandes produções de hip-hop, Big Boi foi o primeiro destaque na nova escola do hip hop, embora o album como um todo não me atingiu como devia, esta música tá linda e ganha muito por ter o Gucci Mane.


17. No Age - Life Prowler

Noise-pop Experimental (y)


16. Mgmt - Flash Delirium

Cada vez que a oiço gosto mais. Mgmt vão ser Deuses do Rock. Epic Shit.


15. Four Tet - Circling

Este ano houve grandes músicas e albuns, nesta onda de produtor. Psychadelic/Shoegazy/downtempo. Esta música de Four Tet, faz-me lembrar Radiohead (saudades).


14. Lil Wayne ft. Eminem - Drop The World

Esta música marcou o nicio do ano, é um comprimido para o Ego, Weezy este ano já foi preso e saiu (a).

13. Torche - Shine On My Old Days

Sludge, com influencias shoegaze? Aprovo, Torche fiquem de olho neles.

12. High On Fire - Snakes For The Divine

Matt Pike é deus.

11. Black Keys - Too Afraid To Love You

Ok. Esta música hmmm, black keys, hmm rock...já falo mais abaixo.


10. Crystal Castles ft. Robert Smith - Not In Love

Pegar em letras óbvias e música assim assim, e dar-lhe textura e sentimento.

9. Deerhunter - Desire Lines
Indie Rock/Pop tocado por uma das mentes mais criativas do momento, Bradford Cox.

8. Bongripper - Satan

Melhor album metal do ano. Melhor musica metal do ano. Sorry vocalistas.


7. Wavves - Super Soaker

Gosto memo do jogo distorção/clean nesta música e como o queimado do Nathan Williams tem a imaginação de fazer refrões como este.

6. Best Coast - When I'm With You

Melhor música da vaga lo-fi/surf/rock/pop. Melhor Album tambem.


5. Tame Impala - Expectation

EISH ca som, estamos a entrar no top 5 não podia deixar Tame Impala noutro sitio, inspiraram-me realmente, espero que contiunem a prendar-nos com estas maravilhas.


4. Drake - Unforgettable

Música do meu Verão. Não tem conotações gay.


3. Black Keys - Tighten Up
Se pudesse escolher passar um dia com qualquer um destes artistas era com os Black Keys, além de eles parecerem a banda mais honesta do mundo. O amor que eles têm pela música, avaliando pelos seus múltiplos projectos, as suas produções, as suas habilidades com os respectivos instrumentos. Estes são os verdadeiros salvadores do rock (Martins desculpa).


2. Kanye West - Devil in a New Dress (ft. Rick Ross)

Pois, vão a pitchfork eles deram 10.

1. Gorillaz - On Melancholy Hill

Esta é a música que me está a marcar agora o fim do ano. Dream Pop linda, dá força para 2011 ser melhor que 2010.


Menções de Honra:


Beach House - Walk In The Park (videoclip é lindo)

Morning Benders - Excuses
(música da minha relação homossexual com o Diogo, ele vai-vos falar deles)


Weezer - Tragic Girl (Então, esta música pra mim é a verdadeira música do meu 2010, no entanto ela não foi gravada em 2010 lol, mas saíu na versão Deluxe do Pinkerton, e este foi o ano em que a ouvi, Weezer é uma das minhas bandas favoritas, e esta música é linda.)

The Morning Benders - Excuses

Não queria fazer este artigo. Aguentei e aguentei, até que cheguei a um ponto de explosão e teve mesmo que ser. Vocês agora pensam: "eish deve ser uma granda merda o que vem aí". Não. A razão pela qual não quis fazer este artigo é muito simples: o Diogo mostrou-me esta música e eu queria deixá-lo a ele fazer este artigo, porque esta música é provavelmente das músicas que mais mexem comigo desde que tive o meu primeiro contacto com música e, por isso, sinto-me numa eterna dívida para com o meu amigo Crostas. Eu sei que isto é uma coisa muito lamechas de se dizer, mas juro que o que sinto é dívida. Já meti esta música umas 3 vezes no meu Facebook e, por isso, desculpem-me a repetição. Mas cada vez que a oiço, apetece-me partilhá-la e ouvir ao pé dos que mais gosto. But first things first: o artigo de hoje é sobre a banda The Morning Benders.


Os Morning Benders são uma banda (indie) pop, que, como muitas outras do género, começaram devagar devagarinho, evoluindo sempre de trabalho para trabalho. Apesar de serem relativamente novos, têm uma discografia algo preenchida. Vários EP's, um trabalho só de covers e dois álbuns. São tudo trabalhos interessantes, especialmente o primeiro álbum, Talking Through Tin Cans, que apesar de não ser nada de transcendente, deu-lhes enorme visibilidade ao ganharem o prémio do iTunes para melhor álbum indie/alternativa de 2008. É bom, tem músicas animadas e felizas, fáceis de se ouvir, mas ainda se nota a modéstia, alguma falta de ambição e a crueza da sonoridade.


Foi como disse, uma evolução constante, a dos Morning Benders e, consequentemente, em 2010 lançam a sua obra-prima: Big Echo. Um álbum forte, que contou com a produção do baixista dos Grizzly Bear, Chris Taylor. A melhoria é óbvia: as músicas são muito mais trabalhadas e encorpadas, descolam-se da sonoridade do primeiro álbum, a voz de Christopher Chu nunca esteve tão bem e há animação, felicidade, calma e melancolia. Recomendo músicas como "Hand Me Downs" que tem um riff e um final muito porreiros, "Cold War" que é uma curta música que nós mete felizes e "All Day Day Light" muito orelhuda e fácil de ouvir.
No entanto, a melhor música deste álbum é "Excuses". Em cima já vos expliquei o que sinto por ela. É uma daquelas músicas que tem tudo para ser um hit, mas a indústria não o permite: tipo a Fake Empire dos The National, a King of Spain do The Tallest Man On Earth ou a Lizstomania dos Phoenix. Muitas vezes dou por mim sozinho em casa a tocá-la na guitarra e a cantá-la com todo o ar dos meus pulmões. Um dia hei-de juntar um grupo e obrigá-los a cantar o coro comigo, por isso as inscrições estão abertas! Deixo-vos aqui em baixo um video muito porreiro onde o vocalista fala sobre a música e onde a banda junta amigos e, todos juntos, tocam uma versão excelente desta música. No fim, Christopher Chu fala sobre a letra da música. Enjoy!



Hoje também temos o top do Crostas! Um dia em cheio portanto! :D

domingo, 26 de dezembro de 2010

Polvo - Today's Active Lifestyles


Querido blog,
desculpa a minha ausência, como foi o Natal? O meu foi bacano. Mais arriscado que o costume, e também melhor do que o costume. Já vi que o meu colega trabalhador ja te prendou com o seu top 20, mas eu vou deixar isso para amanhã (suspense) e hoje venho partilhar com vocês um album, que tenho ouvido bastante e que acho que merece ser partilhado.
A banda são os Polvo, banda americaa, da Carolina do Norte. Os Polvo são uma banda arriscada. O seu som não é fácil de entrar (embora tenham algumas musicas mais pop), a banda é caracterizada pela sua abordagem experimental ás guitarras (memo tipo Sonic Youth), e com a utilização de vários riffs (math rock) nas suas músicas, ao que parece bastante inspiradas pelo rock progressivo. Mas Polvo não me soa a rock progressivo, soa-me tão bem, e o album que vou partilhar que se chama, Today's Active Lifestyles, vai uscar tanto ao prog rock, como ao noise dos Sonic Youth, o indie rock dos Pavement, Sebadoh, com elementos de rock e punk.
Vou deixar -vos aqui o link para o album, e devo dizer-vos que a faixa Tilebreaker e Time Isn't On My Side, são musicas dignas de um Daydream Nation, ou melhor (:x) a ultima faixa Gemini Cuspi tambem é granda rock.
Boa Noite de Domingo, eu acho que vou ver o LOTR á pala do Martins. Amanha vou postar a minha listinha eheh!

Dica: Sobrou bacalhau do Natal?
R: Façam pastéis de bacalhau ou pataniscas, não desperdicem comida (y).

Polvo Today's Active Lifestyles

Time Isn't on My Side < 3

Polvo - Time Isn't On My Side by Diogo Crostas

O meu top 20 deste ano

O ano já está quase a acabar e como eu e o Diogo somos umas marias vai com todas, vamos fazer um artigo com as nossas músicas preferidas deste ano de 2010. Há outras músicas boas, eu sei. Mas esta é a minha lista lista. (Epá a imagem que meti é a maior merda de sempre LOL!)


The Morning Benders - Excuses
O meu hit de verão. A pop elevada ao nível da perfeição.

The Tallest Man On Earth - King Of Spain
Folk escandinavo, mas quente nos nossos ouvidos.

Vampire Weekend - White Sky
Nunca uns gritinhos tão gays me fizeram delirar tanto.

Local Natives - Sun Hands
Misturem o indie todo e dá Local Natives

Foals - Spanish Sahara
Mais épico só Explosions In The Sky.

PAUS - Lupiter Deacon
Os rockeiros tugas também sabem variar!

LCD Soundsystem - All I Want
Uma All My Friends versão 2.0 light.

Caribou - Odessa
Dancin' and trippin' time!

Arcade Fire - Ready To Start
Os génios de Montreal nunca desiludem.

Kanye West - All Of The Lights
Álbum do ano ou não, Kanye fez uma obra-prima.

Lil' Wayne ft. Eminem - Drop The World
Eminem ou Lil' Wayne: qual deles o melhor? Resposta: os dois!

Sleigh Bells - Tell 'Em
Pop e Noise juntos para conqusitar o mundo

Drake ft. Jay-Z - Light Up
A promessa e um dos mestres: grande música

Kings Of Leon - Radioactive
Um bocado farto deles, mas a linha do baixo desta música é viciante.

Tame Impala - Lucidity
John Lennon, is that you? (Descobri agora que a música tem videoclip :o)

Linda Martini - Belarmino
Calma Linda Martini, não tarda muito são a melhor banda portuguesa de sempre. Belarmino faz-me lembrar At The Drive-In, logo é EXCELENTE!

The National - Lemonworld
A voz mais smooth de sempre. Ohio não é só LeBron James!

Danger Mouse & Sparklehorse ft. Julian Casablancas - Little Girl
Dois génios chamam uma das melhores vozes do mundo e os três fazem uma música espectacular

Deerhunter - Desire Lines
Um dos álbuns do ano. O início faz-me lembrar Arcade Fire.

No Age - Glitter
Calmos ou não, No Age fazem muito boa música


Menções Honrosas: (só para dar estilo)

Hot Chip - I Feel Better
O meu Dancefloor Hit de 2010. (sim o video é a gozar)

Broken Social Scene - All to All
Calminha e serena.


Faltam-me nomes como Beach House, Bongripper e Best Coast, mas sei que o Diogo os vai meter! Têm links para as músicas todas, as que ainda não conhecem, oiçam! Adios!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

David Fonseca - Last Christmas

Ai que o bacalhau estava tão bom! Não sei se teve o melhor tempero, como gosta o Saúl, mas estava mesmo natalício. Hoje tem sido recheado: ajudar o fémur da minha avó a ficar bonzinho, montar um Ferrari em lego para o meu irmão, já mandei uma cabeçada numa rapariga (o charme sempre a funcionar) e a barriguinha já está cheia. A cereja em cima do bolo vai ser o Action Man Lutas de Rua e o Megazord dos Power Rangers. Estou confiante, até porque o meu pai disse-me que eu já era um homenzinho e merecia uma prenda à séria.

Não sou de lugares comuns: o Natal não é consumista. Até parece que não o somos todos os dias. o Natal não é uma hipocrisia, todos temos dias bons e dias maus. O Natal é fixe, junta-se a família, diz-se umas bacoradas, dá-se umas risadas, vê-se filmes da treta (hoje dá os Simpsons por isso "look out he's the spider pig!") e recebe-se uns pijaminhas novos.


Por isso, desejo aos Boutiquers um Feliz Natal, junto dos vossos e com as prendas que queriam. Vou meter aqui também uma música, que já tem um ano, mas é também ela natalícia. É uma versão da "Last Christmas" dos Wham!, interpretada pelo David Fonseca! Chamem-lhe guilty pleasure se quiserem, mas eu gosto muito do David Fonseca. Enjoy!



E esse Super Bock Super Rock, hã? Está a dar tareia no Alive...
Em cima têm uma imagem com o Conan O'Brien, em Seattle ao lado de uma decoração de natal com o lendário Jimi Hendrix. Achei muito fixe eheh!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Black Keys - The Moan


Querido blog,
os Black Keys andEm aí. O parzinho de blues de Ohio, já são mais do que um baterista e um guitarrista a tocar blues-rock, assim como os White Stripes são mais do que marido e mulher a fazer o mesmo (os Black Keys não são gays, e sim comparei os White stripes aos Black Keys).
Hoje em dia são mais que isso, a prova disso é o seu aclamado album de 2010 Brothers, que está presente em grande parte das listas de "melhores do ano", com grande produção, bem mais instrumentos do que a guitarra, bateria e de vez em quando o piano, construções pop, riffs menos sujos, mas sempre com o espirito do rock. A verdade é que esta pode ser uma das bandas mais hypes que aí anda, mas é tudo merecido. Dan Auerbach e Patrick Carney, são dois lutadores do rock, verdadeiros amantes de música, que tocam aquilo que gostam, quando gostam o que o que querem, quando querem. São verdadeiros trabalhadores, estabelecendo-se já como uma das melhores bandas de rock da actualidade, como já disse em cima, hoje em dia são bem mais do que um duo a tocar blues.
Sendo o meu album preferido digo-vos já o Attack and Release de 2008, (oiçam), hoje venho partilhar com vocês o EP de 2004 The Moan (lol), que conta com duas originais dos Black Keys, The Moan e uma versão alternativa de Heavy Soul, e duas covers, uma de Stooges e outra dos Sonics.
A música The Moan é uma mistura de um riff bem blues, com a distorção do rock, e uma bateria cada vez melhor. Este EP é bem distorcido, com muito suor e rock, e a solidão dos blues a mistura.
Deixo-vos aqui a música The Moan!
Esta é dedicada ao DEF !

Ontem não postei, mas o meu amigo Martins deu-vos MPB (y) checkem la!
Adeus migos, é quase Natal!

Black Keys - The Moan by Diogo Crostas

Drake - Light Up

Já temos feito coisas de hip-hop, não temos? Oh espera... eu ainda não falei pormenorizadamente de nada. Parece que o Crostas é mais mauzão que eu. Ainda por cima é de Odivelas. Mas vou tentar a minha sorte: deixam um betinho de Entrecampos fazer uma review de hip-hop? Ainda por cima é uma coisa tão soft, nem sequer é americano, nem há big money, nem big cars. Vá, eu sei que deixam! Thank Me Later, quando acabarem de ler. Para os mais dentro deste mundo das rimas, já perceberam que vou falar do Drake.


Drake é um rapper canadiano, a jovem promessa do hip-hop mundial e um dos cabecilhas, a par de Nicki Minaj, Kid Kudi, Das Racist e Curren$y, da nova vaga de rappers americana. Apesar de ser um discípulo assumido do Lil' Wayne, é precisamente a versão contrária a este: cresceu enquanto judeu (com direito a Bar Mitzvah e tudo, shallom all the way), não se mete em confusões, nem drogas, não vai preso... Um gentleman portanto! E isso reflecte-se muito nas músicas do seu álbum de estreia Thank Me Later. As letras não são críticas corrosivas, não são ataques directos a nenhum rival das rimas, não são as já esgotadas alfinetadas na sociedade. Fala-se de relações (Rihanna incluída), saídas à noite com a Nicki Minaj, problemas que advêm da fama, gold diggers (não tão bem como o Kanye) e a situação do Hip-Hop no momento. Eu admito, torna-se um chorão quando vem com os problemas da fama. Acredito que ele consiga lidar com isso sem grande problema, por isso, menos choro pato.
Quanto aos beats, são do mais limpo que há. Não é aquele hip-hop mesmo dirty. Não digo que seja uma vantagem, mas nutre-se logo simpatia por um artista que nos venha, modestamente, mostrar o que tem a dizer com estes sons. Apesar disto tudo, a característica que me cativa mais no Drake, é a voz. Não é tão boa como a do Lil' Wayne, mas é igualmente inconfundível e peculiar. Deste álbum recomendo músicas como "Over", que tem um beat brutal, "The Resistance", "Up All Night", com a Nicki Minaj, "Miss Me" com o Lil' Wayne e a "Fireworks", com a Alicia Keys. No entanto, acho que todo ele merece uma audição. É fácil de encontrar, oiçam! Vou deixar-vos aqui a primeira música de hoje, "Light Up" do Thank Me Later. Belo som, que conta com a participação do Jay-Z e fala do mundo do Hip-Hop.



Como o hip-hop ainda tem, infelizmente, aquela conotação negativa pelos indies digo que artistas como Lykke Li, Santogold e a banda Peter John & Bjorn (estou a assobiar a Young Folks agora) participaram na mixtape do Drake, So Far Gone, que, já agora, é muito porreira e tem boas músicas, lançada em 2009. Só para não virem com tretas. Para os não-preconceituosos são inúmeros os monstros do rap e Rn'B a trabalhar com o Drake: Lil' Wayne, Eminem, Jay-Z, Kanye West, Alicia Keys, T.I., Nicki Minaj...
Vou meter-vos aqui uma música do Drake, que tem a participação do Eminem, Kanye West e Lil' Wanye. É uma música que serviu de banda sonora para o filme sobre a vida do jogador de basquetebol dos Miami Heat, LeBron James. O G4 todo reunido portanto! Enjoy Boutiquers!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Seu Jorge - Zé do Caroço

O Brasil é um mundo. É mais que praias e florestas, que Ronaldos e Pelés, que Santoros e Bundchens, que Oh Millas! e Annas Julias... As Terras de Vera Cruz são um "mix de coisas boas" e um dos países pelo qual o resto do mundo nutre mais simpatia. No meio desse mix está a riquíssima música brasileira. Sim, eu sei que o que mais se ouve são aquelas coisas menos interessantes tipo MC Marcinho, Sandy e Júnior, Kelly Key (ahah lembram-se dela?)... Mas de lá saíram bons nomes da música internacional desde os mais populares Caetano Veloso e Chico Buarque, aos génios da bossa-nova Tom Jobim e Vinicius de Morais, aos cuspidores de rimas Gabriel, o Pensador e Marcelo D2, aos jovens Charlie Brown Jr. e Los Hermanos... E de certeza que me esqueci de muitos, não sou um profundo conhecedor da música brasileira. Hoje, no entanto, vou falar do meu intérprete brasileiro preferido, o Seu Jorge.


Jorge Mário da Silva é talvez dos artistas brasileiros mais internacionais no momento. Muito disso deve-se, não à música, mas ao cinema. Foi Mané Galinha, em Cidade de Deus, o pacato habitante da favela que se revolta contra Zé Pequeno (ou Piqueno como preferirem ahah). Fez também a banda sonora do filme The Life Aquatic with Steve Zissou com Bill Murray e Owen Wilson (para ti Diogo, whatever Dude!), só com covers do camaleónico David Bowie (torrent aqui). Mais uma vez, revelando a minha ignorância, não o ouvi, pois o original merece ser ouvido primeiro. Um dia assim o farei.
Posso sim falar do seu terceiro álbum, Cru (torrent aqui), lançado já no longínquo ano de 2004. Começa excelente, com três das minhas músicas preferidas de Seu Jorge: "Tive Razão", o hit deste trabalho; "Mania de Peitão", a animada sátira ao uso de maminhas de silicone; e "Chatterton", cover de Serge Gainsbourg, onde um "puta qui pariu" nunca me suou tão bem! E assim continua, com umas músicas mais calmas, umas mais animadas à boa maneira brasileira, mas sempre com a alfinetada político-social. Para quem gosta das sonoridades brasileiras, este álbum é perfeito, com músicas excelentes, como as que acima disse, "São Gonça" e "Eu Sou Favela". Tem também uma cover da música "Don't" do rei do Rock, Elvis Presley.


Outro projecto interessante, foi o DVD que Seu Jorge lançou com a cantora Ana Carolina, chamado "Ana & Jorge: Ao Vivo" (torrent aqui). Tem músicas de trabalhos anteriores de ambos os músicos, bem como covers e arranjos de outras músicas. Muitas das músicas presentes neste DVD foram banda sonora do meu Verão passado, tais como "Carolina", a música mais conhecida do músico, "Mais Que Isso", uma música de Ana Carolina com Chico César, que tem uma parte final a cappela BRUTAL e "Garganta", uma interpretação extremamente sexy pela Ana Carolina. Tem também uma versão do Damien Rice da música "The Blower's Daughter". É muito porreiro, recomendo também para os que gostam destas coisas!

A música de hoje é, no entanto, a que esteve no repeat do meu iPod vezes e vezes sem conta. Uma versão mais bossa-nova de uma canção samba de Leci Brandão, "Zé Do Caroço" é mel nos meus ouvidos, uma música que tenho a certeza me vai acompanhar até ao resto da vida. Esta é para os lacobrigenses e para o Quim, que com a sua interpretação no Youtube desta música, me fez apaixonar pela música do Seu Jorge.



Ah, ia-me esquecendo. Quem gosta de cinema e do Tarantino veja esta curta do Selton Melo (actor brasileiro) e do Seu Jorge sobre as teorias do Tarantino. Está muito fixe. Hoje levaram com muitos links só para mostrar que sei html e para não me virem com desculpas que não encontram os CD's, oiçam e calam-se!
Hoje fui também fazer comprinhas ao colombo, saí de lá com: Pearl Jam - Ten, The Killers - Day & Age, Vampire Weekend - Vampire Weekend, Arcade Fire - Neon Bible e Coldplay - Viva La Vida! Por isso hoje estou feliz! :D FELIZ NATAL, fellow Boutiquers!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Gorillaz - On Melancholy Hill


Querido blog,
este fim de semana foi-me dificil arranjar tempo para cá vir, mas já tava com saudades tuas. E devo-te dizer que tenho uma novidade para contar. Ouvi o Plastic Beach dos Gorillaz. Desculpa, ainda não tenho bem uma opinião formada sobre o album, mas ainda este ano te venho dizer se é um dos melhores do ano ou não (é bom portanto, oiçam).
É verdade, não vos venho falar do album, mas venho-vos falar de uma música do album (lol) que por acaso é o 3º single do album.
Eu tenho de dizer que esta é para mim, uma das músicas do ano. Pop perfeita, linda, letra que encaixa perfeitamente, enfim escrita pelo génio claro de Damon Albarn.
Eu não sei se esta música é uma daquelas que eu vou me cansar de ouvir (como acontece em muitos singles pop), mas sei que neste momento tou viciado. Dream pop, catchy, lindamente produzido, com letras como "If you can't get what you want/then you can get me". Enfim, tudo nesta música é brilhante só tenho pena de ser tão curta oiçam-na vai tar na minha compilação de melhores do ano FOH SHÔ!
Entretanto o Diogo vai gozar comigo nos comentários, estejam atentos. Como é óbvio vou por o videoclip porque estamos a falar dos GORILLAZ.
Pa quem não percebeu, não não morremos e quem tem acompanhado, outra vez obrigado, é pa voces mores!


domingo, 19 de dezembro de 2010

Dropkick Murphys - Tessie

Olhós gajos! Então pá, já tinham saudades. Isto de escrever aos sábados tem sido chato, ninguém via o blog e tal. Por isso, ontem tirei o meu dia de férias e fui-me enfrascar com os meus migaços! Conclusão, não puderam ler os nossos fabulosos artigos! Mesmo assim, acho que deviam fazer um check-up aos que ainda não viram!
Anteontem, estava com a ouvir musiquinha com o mp3 e o random, trouxe-me para aí umas 3 vezes seguidas para a mesma banda. Vou já avisar-vos que não ouvi muito dos álbuns dos rapazes de que vou falar hoje, mas como é punk rock, volto a dizer como o fiz no artigo dos Authority Zero: basta saber meia dúzia de hinos, que chegas ao concerto, cantam-se numa só voz e pode-se ir curtir para o mosh! \m/ (fiz o símbolo dos cornos outra vez para dar um ar rebelde à coisa).


A banda de hoje é, se calhar, um dos nomes actuais do punk que mais admiro. Transpiram as suas origens, juntando as três coisas que mais adoram: o punk, Boston e a Irlanda. É uma espécie de Gogol Bordello, mas sem a parte dos ciganos. Imaginem aqueles pubs cheios de irlandeses, bêbados (estou a repetir-me não é? Irlandeses, bêbados, é tudo o mesmo), a cantarem músicas tradicionais e a abanarem a caneca de cerveja no ar. Juntem guitarras, gaitas de foles e mais tretas relacionadas com a cultura irlandesa, e obtêm os Dropkick Murphys. Correndo o risco de cometer uma blasfémia digo-vos aqui com toda a sinceridade: no último dia do Alive 2010, apesar de adorar Pearl Jam, estava mais entusiasmado com 2 bandas, os LCD Soundsystem e os Dropkick Murphys. Os primeiros, porque já os podia ter visto e sempre me arrependi; os segundos porque nunca pensei que os pudesse ver. Não sou muito de mosh, mas em Dropkick foi inevitável. É contagiante a animação dos irlandeses, a modéstia, a clara demonstração de que estão ali para se divertir. Tiro o meu chapéu a uma banda que, sabendo das suas debilidades artísticas (pois não são nenhuns virtuosos ou génios), fazem delas vantagem, acolhendo-nos numa acolhedora animação e simpatia.


Não ouvi pormenorizadamente nenhum dos álbuns, com a excepção do terceiro, lançado em 2001 "Sing Loud, Sing Proud!". Há inúmeras referências a Boston, à Irlanda, às franchises desportivas da cidade de Boston, há covers de músicas tradicionais irlandesas. Se sempre se identificaram com esta cultura e com o punk, oiçam, é muito porreiro. Também devo dizer-vos que a música "I'm Shipping Up To Boston" entrou no filme Departed do Martin Scorsese, que fez com que eles ganhassem algum reconhecimento fazendo com que, as equipas de Basquetebol, Futebol Americano e Basebol da zona de Massachusetts, usassem essa e outras músicas durante os intervalos dos jogos.

Vou dar-vos aqui uma lista de músicas que recomendo:
"For Boston", rápida e dá uma pica enorme;
"The Rocky Road To Dublin", a minha preferida;
"The Dirty Glass", tem uma letra mesmo cómica;
"Kiss Me, I'm Shitfaced", a balada dos Dropkick Murphys;
"Your Spirit's Alive", uma descoberta feita pelo meu amigo Afonso;
"The Auld Triangle", a primeira música que ouvi deles.

A música de hoje é a que não saía do meu iPod, atormentou-me até eu ter que fazer este artigo. É uma canção relacionada com o desporto: nos anos de glória dos Boston Red Sox (basebol), era cantado o seu hino chamado "Tessie" nos estádios. Desde 1918 que os Red Sox não ganhavam o campeonato (alguém via Lost e lembra-se do Jack?), então os Dropkick Murphys fizeram essa música em 2004 com o objectivo de trazer os anos de glória de volta. Um pouco mais tarde, nesse mesmo ano de 2004, os Red Sox sagram-se campeões e a música ganha tremendo impacto na cultura da equipa. É uma música muito fixe, adaptada de um musical da Broadway e eu que adoro desporto, faz-me lembrar as vezes que vou ao estádio ver um jogo.



Aos fãs dos Lakers, Yankees e Giants desculpem lá, mas, com a ajuda dos Dropkick Murphuys, "For Boston, For Boston, I'll sing out loud and clear"! Se gostaram deles, oiçam também os Flogging Molly que são da mesma fornada digamos assim!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Beach House - I Do Not Care For The Winter Sun


O espírito natalício está no ar. Desculpem, sou consumista. Prometem que gostam de mim à mesma? O artigo de hoje é sobre o nascimento do Cristo e músicas que os, portanto, artistas dedicaram ao Sr. Jesus. Verdade seja dita, só estamos a fazer estes artigos porque hoje é sexta e o é último dia de aulas, logo as visitas são quase nulas. Aos que preferiram ficar no quentinho deliciem-se com a música de Natal dos Beach House, "I Do Not Care For The Winter Sun".

Beach House - I Do Not Care For The Winter Sun by Diogo Martins

She And Him ft. Conan O'Brien - Have Yourself a Merry Little Christmas


Querido blog,
embora eu seja punk rocker, temos de reconhecer que o espirito natalicio anda no ar. Está esbarrado em todo o lado, e por muito que me custe, a nostalgia de infância volta, as luzinhas, as prendinhas, o pai natal, o bacalhau, enfim...é verdade que sou vitima de brainwash e tal mas eles hoje em dia ja fazem as lavagens tão bem, que até já é cool ser do natal, principalmente quando Zooey Deschanel se junta ao Conan com o guitarrista M.Ward para cantar músicas de Natal..
Fiquem com "Have Yourself a Merry Little Christmas".



Boa Sexta e esperem por mais surpresas lole.

Zooey < 3

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

PAUS - Mudo e Surdo

Olá malta! Enquanto estou a escrever isto, o facebook está inacessível. Mas o nosso blog não. Ou seja, somos maiores e melhores que o facebook. De qualquer forma, se isto continuar assim, vamos ter para aí 5 visitas hoje. Por isso, aos que estão a ler, um obrigado por se manterem fiéis! E hoje até vai ser um dia especial: é o nosso primeiro post sobre uma banda portuguesa. Melhor, uma super-banda portuguesa.


Juntando nomes como Joaquim Albergaria, dos Vicious Five; Makoto Yagyu e João Pereira, dos If Lucy Fell e Riding Pânico; e Hélio Morais, dos Linda Martini e If Lucy Fell, formaram-se então os PAUS. Olhando para os nomes em questão, pensei em mais um projecto virado para sonoridades mais pesadas. Confesso que apesar de ser grande fã de muitos dos nomes em questão, não tive aquela curiosidade imediata de quando se juntam nomes grandes da música se ir ouvir logo (tipo Them Crooked Vultures, por exemplo). Mas os PAUS (segundo eles, escreve-se com letra grande à patrão), já tinham avisado os ouvintes, e bem, para esquecerem o que sabiam deles à partida. A banda consegue, de facto, separar-se das sonoridades supostamente inerentes aos seus elementos. É um projecto cheio de experimentalismo, uma line-up fora do normal (duas baterias, um teclado e um baixo) e muita, mas muita qualidade. Apesar de ainda só terem um EP com 4 músicas, chamado É uma Água, tornou-se rapidamente uma das bandas que mais atenção cativou pelo público e crítica, neste ano de 2010. É um EP muito forte, oiçam, são só 16 minutos não custa nada. Pode dizer-se que ficam com um granda PAUS. Deixo-vos aí o alinhamento e a frase (genial) que serve de mote para a banda:


1- Pelo Pulso
2- Lupiter Deacon
3- Mete as Mãos à Boca
4- Mudo e Surdo

“Uma bateria siamesa, um baixo maior que a tua mãe e teclados que fazem sentir coisas".

E fiquem também com o vídeo da música Mudo e Surdo, enjoy!



Já agora um ganda off the record: desculpem os outros elementos, mas o Hélio Morais é só um dos melhores bateristas que já ouvi. Fica aqui a dica ;)

No Age - Losing Feeling


Querido blog,
Randy Randall e Dean Spunt, são os dois meninos que constituem os No Age. Para quem não conhece, No Age são um duo (no shit sherlock) de indie rock/noise/punk/pop (hmm) oriundo de LA ! As suas raízes musicais, vêm do hardcore e do punk, mas No Age são muito mais que isso, são pop, noise, experimentalismo, e são só dois. Randy Randall e Dean Spunt, bateria/voz e guitarra/voz, são dois vegetarianos, adeptos do DIY, e não deixam os seus albuns em mãos alheias. No Age são tambem conhecidos pela sua junção da música ás artes gráficas.
O album Nouns (2008) é para mim um dos melhores releases desta década, junta a energia do punk, com o experimentalismo do shoegaze e a composição pop. Mas hoje venho-vos falar do EP Losing Feeling (2009) (falar e partilhar), este EP é notável pela sua produção, saiu na sub pop records, e não vai buscar tanto a energia punk/rock que eu gosto nos No Age. Apresenta, no entanto, um som bem cristalino e relaxado, um experimentalismo contido, com composições pop e guitarras dreamy. Sugiro mesmo que o oiçam antes de ouvir o Nouns ou o Everything In Between (obra-prima de 2010).
Deixo-vos então o link para o EP, espero que gostem, e estejam descansados que vão ouvir falar mais de No Age.
You're a Target a ultima música é a minha preferida já agora ...uma espécie de My Bloody Valentine meets Husker Du.


Link: Losing Feeling

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Sleigh Bells - Infinity Guitars

Ultimamente tenho-me desleixado. Os artigos são exageradamente grandes e, o objectivo de meter uma música por dia, começa a ser excedido com uns bónus. É o entusiasmo. Desculpem amiguinhos. Hoje vou dar-vos algo mais light, um artigo sobre uma banda recente, logo pouca história, pouca lengalenga. Hoje, para vos dar algo novo, vou falar de mais um banda que lançou o seu primeiro álbum neste ano, os Sleigh Bells.


A história desta banda é algo curiosa (mas curta, calma eu vou cumprir o prometido). Tem dois elementos: Alexis Krauss, uma ex-professora do quarto ano, que pertencia a uma girls band chamada Rubyblue; e Derek Miller, que para além de ter trabalhado com a M.I.A. no último álbum desta, era ex-guitarrista da banda hardcore Poison The Well. Yep, mundos opostos às vezes dão-nos coisas interessantes, e é esse o caso dos Sleigh Bells. Como é que um anjinho da pop, que até anúncios para Nickelodeon fazia, se junta a um maluco do hardcore? Bem, o que vos posso dizer para responder a isso, é que os Sleigh Bells são um dos mais refrescantes projectos do momento, tendo a pop mesmo carregada (pop à MTV, não é pop à Phoenix ou Blur), mas com elementos noise que conjugam muito bem com essa vertente mais, digamos, comercial. E basicamente é isso: temos um criador pesado que se encarrega da produção da música e uma sexy (a sério rapazes, vejam fotos: um xpetaclu digo eu!) vocalista pop encarregue do público.


O álbum deles Treats foi lançado em Maio, tendo recebido elogios de várias publicações de música, com especial enfâse para a capacidade que tiveram de criar algo inovador. A música que vos vou deixar aqui é o 2º single do álbum "Infinity Guitars". Oiçam, porque acho que vale a pena! (O vídeo não é nada de especial, mas a conta no SoundCloud só nos dá 2h para meter música, temos de ser poupadinhos).



Já chegámos aos 60 likes no facebook, bora lá pessoal quem ainda não meteu que meta e divulguem aí aos vossos amigos! Queremos feedback pessoal!


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Eminem - Marshall Matters LP



Querido blog,
se houvesse prémio para o album que ofende o maior número de pessoas Marshall Maters LP ganhava 4 sure. Isto é o album que quando era mais novo adorava, pelo simples facto de ele dizer todas as asneiras que existem em todas as músicas, e gozar com toda a gente, e metia medo com as músicas em que as pessoas se matavam, etc...no entanto isto não é um album para "jovens", digo eu...Marshall Matters LP, É O MELHOR ALBUM DO EMINEM, o verdadeiro em que ele se está mesmo a cagar para tudo e todos, e a maneira como rapa sobre isso é ainda humilhante e ao mesmo tempo saborosa (hm) para quem ouve. Vocês sabem como eu levo o hip-hop, o que me interessa é como as letras me fazem sentir, e estas letras, são completos jogos e mindfucks, Eminem entra mesmo na sua personagem e cria as situações quase que como cinematograficamente, quando oiço Marshall Matters cada música, rap, me aparece nas letras de Eminem como curtas-metragens, dignas do Tarantino. Eminem mostra mesmo todo o seu potencial neste album, todas as músicas são épicas, a produção, maioritariamente do Dr. Dre não é a coqueluxe deste, no entanto é o que encaixa com Eminem, mais que os beats, o hip hop de Eminem é lírico, ele domina a retórica, não há como negar. Eminem, consegue mesmo arranjar um alter-ego e cantar sobre matar a Kim (sua ex-mulher, por quem passou por uma separação dolorosa), criar uma história sobre o Stan (fã que se matou), o dizer que nos vai matar a todos Kill You, todas estas músicas cantadas com grandes descargas emocionais, elevadas ao exagero mas que nos servem de analogia para as coisas que nos acontecem na vida, visto por uma "sick mind" como Eminem se refere á sua. Embora ele canta todas estas músicas com sentimento, e embora nesta altura ele fosse mais droga que sangue, Eminem tem sempre o poder de ser pôr de fora das suas letras e fazer a distinção entre o que é música e ficção, a truly genious !
Marshal Matters é um dos meus albuns deste século, uma obra arte do hip-hop e da filosofia moderna (lol).
Partilho por isso com vocês o album, sei que muitos já o ouviram, mas oiçam outra vez com atenção e prestem atenção ao que Slim Shady tem para dizer de verdade ao invés de só os palavrões, e ele dizer que quer papar a Jennifer Lopez (I'm Back) !


Marshall Matters LP



James Murphy e os seus LCD Soundsystem

Um artigo por dia, dá para, passadas duas semanas e picos, já ter falado de muita coisa. Mas também muita coisa fica por falar, com apenas algumas referências perdidas nos nossos artigos, que abrem, no entanto, alguns rasgos de esperança de que um dia os Diogos falem da banda X ou metam a música Y. Desculpem pessoal, o dia virá em que a vossa banda esteja contemplada num artigo nosso. Mas, revelando o meu lado egocêntrico, peço desculpa a mim mesmo: já falei de muita coisa, mas raramente foram sobre as coisas que realmente admiro, que me fazem arrepiar. Uma coisa que sempre me atraiu bastante, foi um (ainda na altura) trintão, que mesmo com um look despreocupado, barba por fazer e cabelo despenteado, emanava aquilo a que eu chamo PAUSA. A juntar a isso, o seu gosto por música electrónica e a participação (quase maioritária) num dos projectos musicais mais excitantes dos últimos anos. Estou conquistado, Sr. James Murphy. Para os que ainda não perceberam, vou falar da banda do músico e produtor James Murphy, os LCD Soundsystem. Sim, mais uma banda de Nova Iorque, mas aguentem, já faltam poucas!


Os LCD Soundsystem começam a sua carreira lançando pequenos rebuçadinhos incluídos em compilações, com outras bandas como The Rapture, da DFA Records (co-fundada por James Murphy). Nessas compilações figuravam músicas como “Losing My Edge”, “Yeah” e “Give It Up” que posteriormente foram incluídas no primeiro trabalho da banda. Após algum sucesso e com alguma expectativa pelo que os LCD nos podiam dar, é lançado o tal primeiro álbum duplo auto-intitulado. São lançados então para a ribalta sem nunca mais saírem de lá. É um bom álbum, na minha opinião ainda um bocado longo, algumas músicas eram dispensáveis, mas é com boas músicas como “Tribulations”, as já anteriormente referidas, “Movement” e o fenomenal single “Daft Punk Is Playing In My House” que vos deixo aqui (pois foi a primeira música que ouvi deles e me fez manter atento à banda).



Mas a dúvida permanecia: será que James Murphy tem a capacidade de fazer um bom álbum, ou só faz boas músicas? 2007, revelou-se como o ano de dissipação de todas as dúvidas e consequentemente, o ano de ouro para os LCD Soundsystem. Com o lançamento do segundo álbum, Sound of Silver, conquistaram praticamente toda a crítica, que os elevou ao estatuto de génios. OK, dou também aqui o braço a torcer: talvez seja exagero. São provavelmente das bandas mais overrated pela crítica. Mas quem sou eu, que sei muito menos que eles, para dizer que os LCD não merece os louvores todos de que são alvo? Continuando, Sound of Silver, é um álbum muito completo, com praticamente todas as músicas muito fortes, com destaque para “Time To Get Away”, “North American Scum” (letra linda), “Watch The Tapes”, “Someone Great”. Mas nenhuma destas chegou ao estatuto da “All My Friends” que estava contida em grande parte dos tops de Música do Ano 2007. O riff inalterado até ao fim, com a voz de James Murphy a encaixar na perfeição, a letra muito boa e a atitude crescente da música que culmina num final épico. É uma música daquelas difíceis de se gostar à primeira e eu próprio precisei de mais que uma audição para apreciar toda a qualidade desta excelente música. Deixo-vos aqui.

LCD Soundsystem - All My Friends by Diogo Martins

Após alguns rumores de separação, em 2010, sai o que provavelmente será o último álbum dos LCD Soundsystem, This Is Happening. Mais uma vez, conquistam a crítica o que os faz viajar pelo mundo em digressão, com uma paragem no Alive 2010. Com o público a ir-se embora após a actuação dos Pearl Jam, os LCD Soundsystem convencem ainda alguns resistentes a ficarem a ouvi-los. Um bom concerto, mas muito curto, não sendo tocadas músicas como “North American Scum” ou “Time To Get Away”. No entanto, apresentaram algumas das músicas do seu novo álbum como “Pow Pow”, “I Can Change”, mas deixando de fora a excelente “All I Want”. Tocaram também o primeiro single do álbum “Drunk Girls” que tem um clip muito fixe que vos vou deixar aqui. Foi realizado por Spike Jonze, que realizou filmes como “Being John Malkovich” e “Where the Wild Things Are”, já tendo trabalhado também com nomes da música como Beastie Boys, Weezer, Bjork, R.E.M., Pavement, Daft Punk, Beck, Yeah Yeah Yeahs, Kanye West, Notorious B.I.G., Fat Boy Slim e Tenacious D (lista grandinha para provar a variedade de artistas com o qual ele já trabalhou). Enjoy!



Sim já sei, artigo demasiado grande. É o entusiasmo desculpem. E desculpem também não me decidir nas músicas! Tiveram de ser 3 hoje! Ah já agora, se por acaso vos apetecer vir visitar-nos amanhã às 7h da manhã (estamos a falar de uma probabilidade altíssima!) não se admirem das músicas do SoundCloud não darem. O site deles vai tar down durante uns tempos!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

José González - Remain

Escrevo-vos hoje, com a minha camisola do Belenenses vestida. É o bónus, o pimentinho a acompanhar a sardinha sucolenta, o molhinho do bifa à Portugália... Sim pessoal, tou cheio de fome. É como eles dizem: (Fat) Boys will be (fat) boys! O artigo de hoje, é sobre um de muitos artistas que eu fiquei a gostar porque em certa altura da carreira tiveram uma música a passar num anúncio. Aconteceu-me com a "Banquet" dos Bloc Party na Vodafone, "The 80's" do David Fonseca na Vodafone, "Are You Gonna Be My Girl" dos Jet na, guess who?, Vodafone, "Two Weeks" dos Grizzly Bear já não me lembro em que anúncio... No fundo é algo, que aconteceu a todos nós, porque como dizem os Daft Punk, Television Rules The Nation. Umas das músicas, que quase toda a gente ficou viciada na altura, era do anúncio das bolinhas coloridas a descerem as ruas inclinadas de São Francisco numa televisão plasma da Sony Bravia. A música chama-se "Heartbeats" e era interpretada pelo sueco José González. Já perceberam que o artigo de hoje é sobre música calminha, desculpem, mas tenho de balançar: Biggie Smalls é muito forte, teve de ser. Vou falar-vos então, do José González.


José González é um sueco (ya, González é aquele típico nome escandinavo) de origem argentina que iniciou a sua carreira musical numa banda punk inspirada por nomes como Black Flag, The Misfits e Dead Kennedys. Eu sei, mudança radical, tipo os Coldplay começarem agora a tocar metal. Mas para o bem ou para o mal, González virou-se para o folk. Talvez perdeu-se um grande nome do punk, quem sabe, mas ganhou-se um bom nome da música internacional. Enquanto artista solo, lançou o seu primeiro trabalho em 2003, um EP chamado Crosses e digo-vos já aqui, muitos dos EPs têm músicas dos álbuns, mas eu não consegui encontrar nenhum por aí, por isso, confesso: não ouvi nenhum EP. Ouvi sim os dois álbuns, Veneer lançado em 2003 e In Our Nature em 2007. A diferença não é astronómica, mas nota-se um claro ganho de maturidade de um para o outro. González é um mestre a dedilhar a guitarra clássica, à qual acompanha uma voz suave e tranquila, com um sotaque algo peculiar. E não há muito mais que isso: umas percussões ligeiras, umas back vocals a acompanhar, sopros e sintetizador em algumas músicas. É a simplicidade praticamente ao seu expoente máximo. Não é um artista genial, não tem, até agora, trabalhos fora do normal, mas ouve-se bem e a modéstia transmitida pelo artista nas suas músicas fazem-nos criar uma empatia imediata. E isso é fixe, não nos surpreende muito, nem pela negativa nem pela positiva. Há também aquele estigma criado à volta dele de que as músicas mais conhecidas ("Heartbeats" dos The Knife e "Teardrop" dos Massive Attack) são covers. Bem, o Jeff Buckley lançou um fabuloso Grace e continua a ser conhecido pela Hallelujah, original de Leonard Cohen. Mas mesmo assim, González não precisa de advogados e tem originais muito fortes, talvez até mais que as próprias covers.


Este artigo de hoje, serve para vos dar outras músicas, para além das já exageradamente badaladas de Gonzaléz. Não digo com isto que não sejam covers muito boas, porque são. González transforma claramente as músicas, sem, no entanto, tirar a sua identidade e isso, ouvido muitas covers que por aí andam, é de se lhe tirar o chapéu. No entanto oiçam também músicas do álbum Veneer, como "Crosses", "Broken Arrows", "Slow Moves" e a que vos deixo hoje, "Remain". Do álbum In Our Nature, músicas como "How Low", "Killing For Love" e "The Nest", são também muito fortes. Oiçam mesmo, não é uma cena que eu considere obrigatória, mas é como vos digo uma coisa que se ouve muito bem, muito leve, sem cansar o ouvido tentando identificar os sons. Devo também aqui dizer-vos que José González tem um projecto com mais dois elementos (que esteve no Super Bock em Stock agora em Dezembro), chamado Junip. Já saquei para ouvir e futuramente falarei deles! Fiquem então aí a ouvir a "Remain" que tem um final espectacular, adoro mesmo.

José González - Remain by Diogo Martins

Epá vamos lá a partilhar, para termos muitos likes no facebook ahah! Boa Noite!

Notorious BIG - Suicidal Thoughts


Querido blog,
temos sido maus para ti? Achas que já não te tratamos bem? São tempos dificeis que se vivem na primavera da idade, e esta semana promete visto que eu não vivo disto :(, trabalhos e essas coisas, e o tempo não é tanto quanto eu queria para levarmos isto mais a sério, mas mesmo assim não vamos desistir, embora hoje o meu post seja pequeno, e o do Diogo seja tardio é feito com coração...estamos mesmo a gostar de escrever neste mambo, e quem tem lido esperemos que estejam a gostar e partilhem com os vossos migos. Então hoje eu trago-vos a minha musica de hip hop preferida, não me julguem por esta música, não pensem que tenho suicidal tendencies, embora a música seja Notorious B.I.G. - Suicidal Thoughts. Esta música é a ultima faixa do album Ready To Die (best evah) e é um verdadeiro desabafo de biggie smalls, onde ele actua o seu suicidio, numa conversa ao telefone, com um sample de miles davis por trás, com rimas cruas e porcas sobre tudo o que está mal na sua vida. Esta música é bem minimalista mas resume muito a angustia que todos nós temos (uns mais que outros). Enfim Notorious é o meu rapper preferido de todinhos e tou aqui a partilhá-lo cheio de boas intenções, se puderem aconselho MUITO o Ready To Die e o Live After Death. Boa Semana.
Ps: Diogo marca um golo por mim !


Notorious BIG - Suicidal Thoughts

domingo, 12 de dezembro de 2010

Sleater-Kinney - Dig Me Out

Querido blog,
hoje trago-te lésbicas e bissexuais (lol músicos). Ok, eu não devia ter dito isto, isto é um blog de música, não de gossip, mas olha é o que vende. Também não é só lésbicas e bissexuais, as Sleater-Kinney são um power trio de ROCK, composto por três raparigas. Carrie Brownstein, Corin Tucker e Janet Weiss, compõem esta mega banda de rock. Sim isto é rock, energético, feito por mulheres, e embora eu tenha começado este post da pior maneira, devo-vos desde já dizer que não tenho nada contra a homosexualidade e têm o meu voto (all we need is love), no entanto também tenho de dizer que nunca fui com bandas de raparigas. Pois é, sempre associei as bandas de rock de raparigas, ás riot grrrl, ao feminismo, Bikini Kill, e não sei quê, não tenho nada contra o feminismo, mas quando toca a música, não são as notas que interessam? e as vezes esqueciam-se disso, se querem ter uma banda façam-no como as Sleater-Kinney, elas encaram o lesbianismo, a guerra dos sexos, tudo da maneira mais normal, e fazem MÚSICA ROCK, melhor que uma data de homens que andam praí, e embora nas suas letras contenham, principalmente nos primeiros albuns, elementos politicos e do feminismo, elas não se apoiam nisso pa fazer a sua imagem, porque estas gajas sabem mesmo tocar ! Politicas a parte, Dig Me Out foi o primeiro album que ouvi destas patroas, e até agora é o meu preferido, embora todos os albuns destas senhoras sejam obras primas do rock alternativo.
Dig Me Out saíu em 1997, e é rock do principio ao fim (já repararam quantas vezes usei a palavra rock neste post? que rockeiro) desde o primeiro riff brilhante de Dig Me Out que me faz lembrar Wipers, até á epicidade de Jenny ( linda )
passando pelo power-pop de Turn it On, a Pop/Rock de Things You Say, Buy Her Candy a lembrar bandas como Husker Du, Pavement, Guided By Voices.
Este album vai buscar muitas influências ao punk, classic rock e indie rock, mas sempre com uma voz feminina cheia de energia, e muito bem colocada. Devo dizer que também o que me atrai nesta banda é as distorções das guitarras! Pois é as Sleater-Kinney não têm baixista, ao invés disso elas metem as guitarras um tom a baixo e uma guitarra faz o papel de baixo, o que na minha opinião é LINDO, e adiciona grande energia ás músicas, tirando o facto das duas vozes marcadamente femininas, cheias de pica ! A música que vou partilhar aqui com vocês é um verdadeiro hino á música chama-se Words and Guitar, e o riff é viciante, o jogo de vozes de Carrie Brownstein e Corin Tucker é genial.
Se gostarem da música aconselho-vos a ouvir o album, embora eu tenha falado deste album por ser o meu preferido, as Sleater-Kinney têm albums bastante mais acessiveis para se começar, por isso provavelmente vão gostar mais á primeira óvista de The Woods, de 2005 ou o aclamado One Beat de 2001, ambos obras primas, mas menos rock (lol).
Enfim só tenho mais a dizer que esta é uma das bandas mais underrated de todas, porque estas raparigas são GÉNIAS.

Bom inicio de semana, obrigado por lerem !

Words and Guitar

Sleater-Kinney - Words And Guitar by Diogo Crostas

TV on the Radio - Prodígios de Brooklyn

Nova Iorque é conhecida por nós, como o centro do mundo. Influe... pera, já escrevi isto certo? Então vão ler o primeiro parágrafo artigo dos Yeah Yeah Yeahs. Já está?... OK, retomando o raciocínio, Nova Iorque confirmou nos últimos cinco, seis anos o estatuto de cidade estandarte do Indie. Muitos dos mais interessantes projectos musicais nasceram exactamente nas ruas da Big Apple. Nomes já mais que aclamados pela crítica e pelo público como LCD Soundsystem, Vampire Weekend ou Grizzly Bear são originários da "capital do mundo". No meio destes monstros, há um quinteto de Brooklyn (ui, cuidado com eles!) que traz-nos sonoridades refrescantes e tenta marcar o seu espaço na música (já o marcaram no meu ouvido sem dúvida), os TV on the Radio.


Os TV on the Radio são como vos disse uma banda nova-iorquina composta por quatro génios afro-americanos (take that society!) e um, também génio, white boy. Esta discriminação seria completamente despropositada, se os TV on the Radio não a utilizasse em seu proveito. A sonoridade dos TOTR é um leque de numerosos e diversos géneros, desde a electrónica, ao soul, ao gospel a cappella, ao rock. Rótulos? Ninguém precisa deles, mas Rock Experimental (e dos bons) encaixa bem nos TV on the Radio. A banda começa a dar os seus primeiros passos, apenas com dois elementos: David Sitek, que para além de ser um dos membros mais influentes na banda, já trabalhou com Yeah Yeah Yeahs, Foals e Scarlett Johansson (!), lançando também o seu álbum a solo com colaborações do "Talking Head" David Byrne, entre outros; e Tunde Adebimpe, que para além de trabalhos na música com Massive Attack e Yeah Yeah Yeahs, entrou no filme "Rachel's Getting Married" no qual Anne Hathaway recebeu a nomeação para Óscar. Os dois elementos fundadores gravam então, em 2002, OK Calculator, um álbum que não esteve à venda em lojas, mas era sim deixado em cafés e restaurantes. Em 2003, junta-se aos dois pilares dos TV on the Radio, um terceiro, Kyp Malone, e com ele sai o primeiro trabalho sério da banda, o EP Young Liars. Cinco músicas, uma cover, três músicas boas e uma genial. É neste EP que sai um dos clássicos do indie rock, Staring at the Sun. O EP é uma estreia muito agradável, que nos deixa a inevitável fome por mais. Recomendo mesmo muito a ouvirem este Young Liars. Deixo-vos aqui o tal clássico "Staring At The Sun", a música da praia, como diz o meu amigo Diogo!



Já com muita da crítica internacional conquistada, falta agora o público. Desperate Youth, Blood Thirsty Babes, o segundo álbum da banda, sai em 2004, mas não cumpre o objectivo de conquistar o público. Mas calma, não é pela falta de qualidade. Desperate Youth, Blood Thristy Babes dão-nos uns TV on the Radio mais calmos, ainda sem revelarem todo o seu potencial. Cumpre sim, o objectivo de continuar a fazer trabalhos muito bons e interessantes, deixando-nos ligados ao desenvolvimento da banda. Recomendo músicas como: "Staring at the Sun" (também lançada neste álbum), "King Eternal" e "Wear You Out".
Em 2006, já com o quinteto formado, é lançada a obra-prima dos TV on the Radio: Return To The Cookie Mountain. Presente em grande parte dos Top 10's de 2006, de gajos que percebem mais disto que eu, o potencial da banda é elevado ao expoente máximo. Adebimpe dá-nos todo o seu poder na voz, David Sitek e Kyp Malone deliciam-nos com o seu ecletismo musical, onde identificamos um variado leque de estilos de música, e o resto da banda acompanha-os primorosamente. A percussão de "Playhouses" mete qualquer um a mexer, "Wolf Like Me" é a palavra épico em forma de som, "A Method" conquista-nos com a sua simplicidade, enfim... Devo também salientar o "pequeno" facto de nomes como Nick Zinner dos Yeah Yeah Yeahs, Kazu Makino dos Blonde Redhead e, um rapaz da música que vocês talvez conheçam, David Bowie (na música "Province"), colaboram neste álbum. É um excelente álbum e um "must-listen" obrigatório mesmo!


Nunca nos deixando de dar música para os nossos ouvidos, os TV on the Radio, foram lançando vários EPs, até lançarem, em 2008, o seu quarto álbum Dead Science. Bastou-me ouvir os primeiros 15 segundos, que fiquei logo colado às colunas. Uns TV on the Radio mais enérgicos, sem se descolorem de pormenores característicos da banda. Mais uma recomendação (honestamente, "comprem" a discografia e avaliem vocês), com grandes músicas como "Halfway Home", "Crying", "Red Dress" ou "Shout Me Out", que tem um final genial.
Em suma, há um torrent para a discografia deles (sem o Dead Science), aproveitem enquanto ainda tem seeds e desfrutem, porque eu já desfrutei e continuo a disfrutar. Fiquem agora com a minha música preferida do Return From The Cookie Mountain, "Wolf Like Me".



Já agora, a nossa página do Facebook já tem 50 likes, graças ao Nuno Pinto. Ele ganha o prémio que é... aparecer num artigo nosso! Nada mau, hã?!