terça-feira, 14 de dezembro de 2010

James Murphy e os seus LCD Soundsystem

Um artigo por dia, dá para, passadas duas semanas e picos, já ter falado de muita coisa. Mas também muita coisa fica por falar, com apenas algumas referências perdidas nos nossos artigos, que abrem, no entanto, alguns rasgos de esperança de que um dia os Diogos falem da banda X ou metam a música Y. Desculpem pessoal, o dia virá em que a vossa banda esteja contemplada num artigo nosso. Mas, revelando o meu lado egocêntrico, peço desculpa a mim mesmo: já falei de muita coisa, mas raramente foram sobre as coisas que realmente admiro, que me fazem arrepiar. Uma coisa que sempre me atraiu bastante, foi um (ainda na altura) trintão, que mesmo com um look despreocupado, barba por fazer e cabelo despenteado, emanava aquilo a que eu chamo PAUSA. A juntar a isso, o seu gosto por música electrónica e a participação (quase maioritária) num dos projectos musicais mais excitantes dos últimos anos. Estou conquistado, Sr. James Murphy. Para os que ainda não perceberam, vou falar da banda do músico e produtor James Murphy, os LCD Soundsystem. Sim, mais uma banda de Nova Iorque, mas aguentem, já faltam poucas!


Os LCD Soundsystem começam a sua carreira lançando pequenos rebuçadinhos incluídos em compilações, com outras bandas como The Rapture, da DFA Records (co-fundada por James Murphy). Nessas compilações figuravam músicas como “Losing My Edge”, “Yeah” e “Give It Up” que posteriormente foram incluídas no primeiro trabalho da banda. Após algum sucesso e com alguma expectativa pelo que os LCD nos podiam dar, é lançado o tal primeiro álbum duplo auto-intitulado. São lançados então para a ribalta sem nunca mais saírem de lá. É um bom álbum, na minha opinião ainda um bocado longo, algumas músicas eram dispensáveis, mas é com boas músicas como “Tribulations”, as já anteriormente referidas, “Movement” e o fenomenal single “Daft Punk Is Playing In My House” que vos deixo aqui (pois foi a primeira música que ouvi deles e me fez manter atento à banda).



Mas a dúvida permanecia: será que James Murphy tem a capacidade de fazer um bom álbum, ou só faz boas músicas? 2007, revelou-se como o ano de dissipação de todas as dúvidas e consequentemente, o ano de ouro para os LCD Soundsystem. Com o lançamento do segundo álbum, Sound of Silver, conquistaram praticamente toda a crítica, que os elevou ao estatuto de génios. OK, dou também aqui o braço a torcer: talvez seja exagero. São provavelmente das bandas mais overrated pela crítica. Mas quem sou eu, que sei muito menos que eles, para dizer que os LCD não merece os louvores todos de que são alvo? Continuando, Sound of Silver, é um álbum muito completo, com praticamente todas as músicas muito fortes, com destaque para “Time To Get Away”, “North American Scum” (letra linda), “Watch The Tapes”, “Someone Great”. Mas nenhuma destas chegou ao estatuto da “All My Friends” que estava contida em grande parte dos tops de Música do Ano 2007. O riff inalterado até ao fim, com a voz de James Murphy a encaixar na perfeição, a letra muito boa e a atitude crescente da música que culmina num final épico. É uma música daquelas difíceis de se gostar à primeira e eu próprio precisei de mais que uma audição para apreciar toda a qualidade desta excelente música. Deixo-vos aqui.

LCD Soundsystem - All My Friends by Diogo Martins

Após alguns rumores de separação, em 2010, sai o que provavelmente será o último álbum dos LCD Soundsystem, This Is Happening. Mais uma vez, conquistam a crítica o que os faz viajar pelo mundo em digressão, com uma paragem no Alive 2010. Com o público a ir-se embora após a actuação dos Pearl Jam, os LCD Soundsystem convencem ainda alguns resistentes a ficarem a ouvi-los. Um bom concerto, mas muito curto, não sendo tocadas músicas como “North American Scum” ou “Time To Get Away”. No entanto, apresentaram algumas das músicas do seu novo álbum como “Pow Pow”, “I Can Change”, mas deixando de fora a excelente “All I Want”. Tocaram também o primeiro single do álbum “Drunk Girls” que tem um clip muito fixe que vos vou deixar aqui. Foi realizado por Spike Jonze, que realizou filmes como “Being John Malkovich” e “Where the Wild Things Are”, já tendo trabalhado também com nomes da música como Beastie Boys, Weezer, Bjork, R.E.M., Pavement, Daft Punk, Beck, Yeah Yeah Yeahs, Kanye West, Notorious B.I.G., Fat Boy Slim e Tenacious D (lista grandinha para provar a variedade de artistas com o qual ele já trabalhou). Enjoy!



Sim já sei, artigo demasiado grande. É o entusiasmo desculpem. E desculpem também não me decidir nas músicas! Tiveram de ser 3 hoje! Ah já agora, se por acaso vos apetecer vir visitar-nos amanhã às 7h da manhã (estamos a falar de uma probabilidade altíssima!) não se admirem das músicas do SoundCloud não darem. O site deles vai tar down durante uns tempos!

1 comentário:

  1. Esqueci-me também de dizer aos praticantes de Jogging, que os LCD Soundsystem lançaram em conjunto com a Nike um álbum para a prática dessa actividade. Chama-se 45:33, foi lançado em 2006, e tem alguns cheirinhos de coisas que eles posteriormente utilizaram no Sound Of Silver.

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