terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Bikini Kill - Rebel Girl

Tenho andado a exagerar no tamanho dos posts. Para não variar. É para garantir que ninguém lê mesmo. E hoje, para além de ser um post curto, vou iniciar uma coisa nova neste blog que consiste em não postar nas horas de maior movimento nas redes sociais. Yep, eu faço isso propositadamente. Granda vendido eu sei, mas é só para parecer que o blog tem bué movimento!


Já é tarde, tou com insónias, a ver o jogo mais aborrecido de sempre de NFL, a ouvir o nocturno e meloso The Weeknd e mesmo assim não consigo ganhar sono. Lembrei-me de vir aqui mandar umas postas de pescada. E, talvez seja a sensualidade de The Weeknd ou a espectacular pizza que a minha mãe me comprou hoje, mas apetece-me meter um post sobre mulheres. Não tenho vontade nenhuma de mandar-vos para a cozinha fazer-me uma sandes (oops, too much 9GAG?). Se bem que com estas moças eu não tinha coragem de me meter. Precisamente há um ano atrás, o Crostas fez um post sobre Sleater Kinney, riot grrrls geniais, que provavelmente não teriam existido das mesma forma devido à enorme influência que as Bikini Kil tiveram nelas. Feministas de punho cerrado, punk rockers old-school, amigalhaças dos Nirvana - o título da Smells Like Teen Spirit foi inspirado na vocalista que escreveu na parede do Kurt "Kurt Smells Like Teen Spirit" - irritam uns levando-os a fazer músicas contra elas (é uma dos NOFX, oiçam), encantam outros que as elevam a heroínas do feminismo. Guerras de sexos à parte, as Bikini Kill foram as pioneiras do movimento riot grrrl e mundo da música não seria o mesmo sem elas.
A música de hoje é a música mais conhecida delas, que para muita imprensa musical, é uma musica que se deve ouvir antes de morrer, de um álbum que também se deve ouvir antes de morrer chamado Pussywhipped (sugestivo hein?). Não tem clip (lol punks), por isso vou meter um vídeo que umas fãs fizeram para elas. Moral da história: no kitchen for these grrrls.
 
Ah já agora: era um xpetáclu digo eu se comentassem as porcarias que metemos no Facebook. Como se fosse uma super-comunidade a trocar ideias e tal! Beijinhos

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sam The Kid - Não Percebes

O HIP-HOP SÓ SERVE PARA INCITAR À VIOLÊNCIA, AO CRIME E À DELINQUÊNCIA. O HIP-HOP PORTUGUÊS É SÓ GAJOS COM A MANIA QUE SÃO GANGSTERS... NEM SEQUER É MÚSICA, NÃO HÁ INSTRUMENTOS!

ok, os haters e preconceituosos já se foram embora? Já consegui filtrar esse pessoal? Já posso falar sobre o meu tema sem qualquer problema? Nice. Hoje vou falar de Hip-Hop Tuga, centrando-me principalmente no meu intérprete preferido do género. Escrever este post, faz-me recuar para a minha pré-adolescência, nos meus tempos de 8º ano, quando eu fartava-me de ouvir hip-hop tuga. Sim, são só uns gajos a rimar, com um vocabulário meio sub-urbano, com uns beats por cima. Poetas é aquela típica descrição que vem à baila. Exagerada ou insultuosa para os verdadeiros poetas? Muito provavelmente. Mas vejo muito poucos a exprimir sentimentos e contar histórias com o uso de anáforas, metáforas, aliterações, assonâncias ou hipérboles com a qualidade como o Sam The Kid o faz.


Não acho que precise de apresentações. Todos conhecem o Sam The Kid, o puto de Chelas que faz umas rimas já há muito tempo e não é nenhum rookie nisto do hip-hop. Pensa-se em hip-hop tuga e fala-se em Samuel Mira. Três álbuns de rimas: Entre(tanto) em 1999, Sobre(tudo) em 2001, Pratica(mente) em 2006; e um álbum de beats dedicado aos pais (e que álbum!): Beats Vol. 1: Amor.
Antes de mais um reparo: eu não concordei com tudo o que o Fernando Pessoa, Camões ou Florbela Espanca me disseram (e não, não estou a comparar. acalmem a passarinha!). Tenho a certeza absoluta de que vocês também não. As vivências e os tempos são outros e é impossível identificarmo-nos com tudo. Isto é muito na base do que eu disse no artigo dos Rage Against The Machine. Agora apliquem o mesmo neste que vos falo. Eu não concordo com a Poetas de Karaoke. Desculpa Samuel, mas que dramatizas demasiado a questão, apesar de neste momento ouvir maioritariamente bandas nacionais que cantam na nossa língua. No entanto, quando ele começa a música com uma pura verdade - rappers de hoje em dia são como a pornografia, nem todos dão tusa porque há uma oferta em demasia! - também me dá vontade de pegar de assalto uma rádio como ele faz no videoclip. E finaliza com uma fantástica metáfora: Vocês fazem turismo de emoções que todos sentem. Eu faço culturismo de expressões que todos sentem! Que eu sinceramente espero não ser o único a achá-la brutal... Como também espero não ser o único a achar O Recado - música do segundo álbum - uma metáfora genial e uma história muito bem contada.


Nunca vi um artista a evoluir tanto e esse facto ser tão pouco referenciado. Ouve-se o primeiro álbum do Samuel e é bom, ouve-se bem. Ouve-se o segundo e já se torna audição regular. Ouve-se o terceiro e é para mim uma obra-prima. Os beats estão melhor do que nunca, com o Samuel cada vez melhor no seu MPC. Em cada música encontra-se um verso, um momento, um som memorável. É um dos melhores álbuns que já ouvi e está na minha lista de Natal para este ano. Um álbum onde explica o seu amor pela arte de mixar sons em À Procura da Perfeita Repetição, onde a rima eu oiço temas e temas feitos antes do meu nascimento, diz-me outra arte que te dá maior conhecimento resume perfeitamente a sua opinião e uma picardia ao Vitor Espadinha sabe que nem ginjas, que o meteu em tribunal por uma simples frase sua dita num programa que o Sam aproveitou. Explica o porquê de ser um apolítico em Abstenção, com frases geniais como: Comecem de inicio, de novo, alterem e tirem o sacrificio do povo, E eu devolvo a indiferença para foder partidos e blocos, eles é que tão em alta e nós aqui a contar trocos!. Denuncia o elevado desemprego e justifica a sua condição de viver com a mãe em Negociantes, que tem tiradas tipo Não quero a vossa redenção e tirem-me esta retenção na fonte. E qual é esta fonte? É a fonte do vosso banco, para gastarem numa emigrante do Elefante Branco?. E expõe o poder do destino com a fantástica e brutal 16/12/95 que, entre muitas, tem a excelente metáfora: fomos à lua e nem vimos Vénus, que acho que não preciso de explicar porque vocês não são burros.


OK, ainda não gostam de hip-hop, tudo bem. Rimar não chega para vocês e é preciso algo mais. O Samuel tem. Para além do fantástico beat dedicado ao Carlos Paredes na música Viva!, em Beats Vol. 1: Amor, inspirado pelo amor dos pais, mostra todo o seu poder em termos de produção de beats. Um álbum que se mete a tocar e o ambiente fica logo relaxado e chillout. É outra obra prima, feita em 2002, que iguala-o a muito bons produtores de hip-hop, com um décimo das condições. Recomendo vivamente, mesmo que não gostem de hip-hop. Para quem saca com torretz, podem usar este link.

O puto Samuel até quando participa em músicas dos outros o protagonismo é dele. Na Tuga Night do Boss AC, rimas como E esta porta não se abre, para um repórter que não sabe, mas é eleito para escrever e sublinhar os defeitos. Isto não é States, grandes rabos, grandes peitos. TV cabo, satisfeitos? eu não, estamos feitos, então! ou Não dances, não te canses, isto não é um ginásio, tás fora do tempo. Toma leva um Casio, aprende mais um pouco e vais saber como fazer os novos movimentos. Fitness não é hip-hop, não inventes vertentes! Fazem dele o dono da música. Ou a sua rima sufocante na Beleza Artificial do Valete Os pensamentos medíocres, que só querem que tu look, todos os dias novos looks. hoje à noite é para o Lux, onde apanhas grandes mocas com vodkas e brocas e tocas em cocas, sufocas, convocas o sexo a quem provocas! que fazem o Bónus e o Valete suspirar de espanto.

Essencialmente o Sam The Kid é para mim um dos melhores músicos portugueses. Não é músico? OK, chamem o que quiserem, continua a ser dos melhores. Dá-me realmente gosto ver outros músicos a apreciarem o seu trabalho, como o Rui Veloso, Vitorino e até mesmo o André Henriques dos Linda Martini. A música de hoje é o clássico. É a que canto com mais vontade, mais agressividade, quando penso nos que o julgam. Samuel és um dos grandes e os outros... Não Percebem!

♥ Desabafos ♥

Querido blog,
quando já ninguém esperava o meu regresso resolvi desabafar contigo.
Andava-me a sentir mal por estar a ouvir non stop o ultimo dos Nickelback (?!) e decidi botar o filósofo em mim cá pra fora.

O que é a música além de uma maneira de podermos mostrar aos nossos amigos, e inimigos, o quão fixes somos? O que é a música além de tentar esconder o nosso (meu baixo) intlecto, e tentar ganhar alguma credibilidade no mundo dos alphas ? Além de nos xcitarmos porque uma parte de nós é artistica, sentimental, o que dá sempre jeito quando conhecemos uma lady (não resulta) etc, etc, etc...

Música é também DIVERSÃO...música deve-nos fazer sentir excitados, ao ponto de dançarmos o hardcre, ou outra coisa qualquer, sozinhos no quarto. abanar a cabeça quando ouvimos um breakdown, correr em circulos quando a música é a abrir, entortar os dedos e piscar o olho quando ouvimos kel gangsta rap, gritar com sentimento bebedos "FUCK YOU I WONT DO WHAT YOU TELL ME". Tudo isto é diversão.

Eu, mero jovem, com tempo a mais nas mãos, penso nestas coisas, mas acho q não sou o unico.
Cheguei á conclusão que levava a música um bocado a sério. Como todo o pessoal na europa leva (via stuffyouwillhate) lol.
O velho continente deposita muito na arte. Faz parte da música, mas não é a sua unica dimensão. Eu gosto de arte, gosto de ouvir coisas artisticas, faz-me comichão na cabeça, e se não a discutir com ninguém até a julgo entender.
NO ENTANTO, música é uma indústria, SHOWBIZ é a palavra certa, e tem como objectivo primário (primary) entreter-nos, DIVERTIR-NOS. É neste mundo que nascem as bandas, e embora muitas consigam atingir o estatuto de artistas, muitas delas utilizam fórmulas já criadas na industria, com o objectivo de nos causar excitação e agrado. E ISSO É ÓPTIMO.
E é assim que venho desculpar o meu mau gosto musical (NOT).
Em vez de estar muitas vezes a roer a cabeça sobre o que banda X representa para a maior parte do pessoal, e arranjar um esquema para ver o que ela tem de representar para mim, eu sento -me no meu cadeirão e meto KEL CD DOS BLINK A TOCAR, ou Limp Bizkit, ou um deathcore bem batiido, e vou abanar a cabeça!

Enfim


Obrigado por me ouvires querido blog !
Tiveste saudades minhas ?!
O que achas que a música deve representar? Que direcções deve tomar?
Sou burro ?

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Arctic Monkeys - Library Pictures

Hoje vai ser difícil: estou agora a ouvir o novo álbum de uma das minhas bandas preferidas. O que é que se diz de uma das nossas paixões inexplicáveis? Como é que vou defender uma coisa que eu gosto e pronto, não há mais nada a dizer... Como? Eu consigo dizer que gosto do novo Kanye West, porque acho que os beats estão muito bem trabalhados, porque as letras são verdadeiras odes ao ego ou porque simplesmente achava piada aos internet memes dele. E consigo porque há um sentimento de imparcialidade quando oiço o que ele faz. Mas como é que vou justificar uma verdadeira e cega obsessão por uma banda da qual sou incondicional fã? É estranho idolatrar chavalos de 20, 21 anos que não são verdadeiramente importantes para o mundo, mas que conseguiram fazer verdadeiramente parte de muitos momentos da minha vida. Depois de três álbuns, dois concertos (os que foram vistos por mim) com recepções apoteóticas, algum merchandising comprado e inúmeras audições repetidas vezes sem conta, os Arctic Monkeys lançam o seu quarto álbum.


Felizmente, hoje tenho trabalho poupado. Falar do passado deles para quê? Sabe-se tudo: a ascensão exponencial a partir de demos que fãs metiam na internet disponíveis para todos; o lançamento de dois singles - I Bet You Look Good On The Dancefloor e When The Sun Goes Down - que sem qualquer álbum lançado, bateram records de vendas; um primeiro álbum - Whatever People Say I am, That's What I am Not - que os leva imediatamente ao estrelato e mete o mundo louco por eles; o mediatismo que torna possível o aparecimento de uma legião de hatters (uma cambada de pseudo-indies é o que é); um segundo álbum relativamente mais fraco, mas que continua a aumentar-lhes a popularidade; um terceiro álbum com o rei Josh Homme que divide os fãs e mete os hatters a dizer que "este sim é bom" (lol idiotas); e agora um quarto álbum que vai com certeza metê-los nas bocas do mundo outra vez.
Os fãs mais acérrimos, também são os mais críticos. Depois do Whatever People Say I am, That's What I am Not, qualquer coisinha que os Monkeys lancem, podia ser, para mim, melhor. O sentimento que esse primeiro álbum me proporcionou, e o grau de viciação numa banda que gerou, mete-lhes a fasquia a um nível inatingível, mesmo para eles! É como o Ricardo Araújo Pereira diz: "O Benfica pode ganhar por 7-0, que o benfiquista sai de lá a dizer: "Não jogámos nada. Isto ainda não é jogar à Benfica"". Acho que não consigo fazer uma analogia melhor, apesar de ser sportinguista ferrenho. Essa fasquia, transforma, na minha cabeça, músicas como From The Ritz To The Rubble, Still Take You Home ou Fake Tales Of San Francisco verdadeiros e intocáveis hinos da música (podia dizer o álbum todo, na verdade), cujas letras, apesar de falarem de assuntos banais como ser barrado numa discoteca ou estar fascinado por uma rapariga também na discoteca, são, para mim, histórias de episódios engraçados e com os quais me posso indirectamente identificar. A tal fasquia não rebaixa no entanto os trabalhos seguintes, nem outros hinos pessoais: Balaclava, Teddy Picker ou Do Me A Favour (sim, esta. A sonoridade épica, à semelhança da Leave Before The Lights Come Out, é uma das facetas dos Arctic Monkeys que eu adoro), também me fazem vibrar como muito poucas músicas fazem. Como fã cego, gosto do Humbug, mesmo não sendo o que espero dos Fab Four de Sheffield. Não tanto como os outros é certo e custou mais a ficar realmente a gostar - estou a ouvi-lo agora e estou a adorar, se calhar é do sentimento nostálgico que vai no ar - mas tem músicas que também incluo numa playlist perfeita dos Monkeys: Crying Lightning, que à partida soava-me mal aquele solo, mas que agora entra-me bem no ouvido, Pretty Visitors (que baterista genial, Matt Helders) ou The Jeweller's Hands.


(Que bela merda de artwork!) Já têm sido lançados uns cheirinhos do novo álbum - Suck It and See - e posso dizer que a primeira coisa que ouvi, a Brick By Brick, deixou-me sem ansiedade nenhuma por ouvir aquilo. Uma música banal e insípida, mas pensei em esperar e ouvi-la no contexto. As primeiras notas do álbum fazem-me pensar que eles estão ainda mais negros, mas não: She's Thunderstorms é uma love song, com a adolescente e característica voz do Alex Turner, com uma bateria potente e um riff porreiro. Segue-se Black Treacle, num registo semelhante, mas com uma letra à Alex Turner, que demonstra a sua grande capacidade lírica. Depois vem a, ainda aborrecida, Brick By Brick, que honestamente não merece ser single. Com o gritinho "Shalalala" altamente catchy, segue-se The Hellcat Spangled Shalalala, uma das músicas fortes do álbum. É a partir daqui que o álbum fica mais negro, com as influências do Humbug, com duas das músicas que mais gostei do álbum: Don't Sit Down 'Cause I Moved Your Chair e Library Pictures, estou literalmente viciado nessas duas. Volta a versão light dos Arctic Monkeys, com baladas e músicas calminhas com Reckless Serenade e uma música meio country com a presença de um light rock chamada Love Is A Lasquerade. Acaba com o ligeiro epicismo de That's Where You're Wrong que também gosto bastante.
É um álbum light, não é propriamente o que espero dos Arctic Monkeys, mas é bom de se ouvir e, para mim, como é Monkeys, irei ouvir muitas vezes. Deixo-vos a minha preferida Library Pictures ao vivo no Jools Holland. Enjoy!



Para quem não percebeu, os insultos que faço em cima, são só para reforçar o fanatismo que tenho por eles. Cada pessoa tem o direito de ouvir o que quer, obviamente!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Zach Hill - Stoic Logic


Querido blog,
Zach Hill é um baterista de Sacramento, California, conhecido principalmente por ser o baterista da banda Hella uma das muitas bandas da pacific coast onde tocou.
Além de ser um dos bateristas mais unicos que o movimento underground independente criou, é tambem aristia visual...trabalhando com várias bandas.



No entanto a níveis de músicas, o Zach é assediado por bandas como Boredoms, Deftones, Wavves, pessoas como Omar Rodriguez-Lopez, entre outros nomes conhecidos do noise e do rock avant-garde (lol) americano.
Desde o fascinio do noise, aos ritmos punk, a estética mais lo-fi, e a influência do metal, Zach Hill torna-se portanto um dos músicos mais interessantes pra pessoas que como eu procuram o EXTRA ORDINÁRIO.
Aqui, no Diogo's boutique, e como ainda estou a renascer das cinzas que nem Fénix, vou partilhar convosco, que ainda lêm este blog uma musica do album Astrological Straits (2008) com uns efeitos bem melódicos e ritmos do prog ménes.

Obrigado pela paciência.

Beastie Boys - Make Some Noise

O outro Diogo é um merdas: agora só quer é skate e black metal. Por isso, quando eu for rico à pala disto vou receber mais. Mas enquanto ele está a fazer uma introspecção criativa, vou escrever mais um artigo para ver se ganho ritmo nisto. É o que eu digo: o hip-hop tá na moda. E hoje vão levar com mais! Mas hoje, para felicidade dos puristas e da malta Old School, vou falar de algo clássico. Um grupo que começou a tocar hardcore e punk, um grupo caucasiano a cantar rap (hip-hop blasphemy!) sem pinta nenhuma de thug, nem ar de mauzão, mas essencialmente um grupo de 3 rapazes com uma mente criativa suficientemente talentosa para juntar mundos opostos e conquistar fãs de música mais pesada. Trio de (agora) quarentões mais pausado e engraçado de sempre. Hall of Famers do Rock, do Hip-Hop e da música em geral. E o mais importante de tudo, foi terem sido eles a dar o nome à Boutique! É com muito prazer que vos escrevo hoje sobre Ad-Rock, MCA e Mike D, os Beastie Boys.


Longe vai o ano em que estes meninos começaram a dar os primeiros passos na música, ainda o meu irmão de quase 32 anos não era nascido. A explosão do punk e do hardcore influenciaram estes três nova iorquinos a enverdar por esse estilo de música, chegando mesmo a gravar e comercializar material antes de se mudarem para o hip-hop. Em termos de sucesso comercial e qualidade musical não podia ter sido melhor escolha: o primeiro trabalho sério dos Beastie Boys é o aclamadíssimo Licensed to Ill de 1986, que tem verdadeiros clássicos da história da música como "(You Gotta) Fight for Your Right (To Party!)" ou "No Sleep 'Till Brooklyn", e conta com a participação do monstro da produção, Rick Rubin. Continuaram a fazer história na música com álbuns como Paul's Boutique de 1989 (oi? onde é que já ouvi isto?), que começou tendo pouco sucesso, mas com a crítica a elevá-lo ao estatuto de obra-prima (e ainda hoje é considerado o melhor trabalho deles), acaba por ter bastante sucesso comercial.
A aventura dos Beastie Boys prossegue com uns álbuns comparativamente mais fracos: Check Your Head (1992) e To The 5 Boroughs (2004), que me deu a conhecê-los, com a música "Ch-Check It Out", que, por ter esse significado para mim, vou metê-la em baixo; e consolida-se com outros álbuns fortes: Ill Communication (1994), que tem como estandarte um dos melhores videoclips da história da música, "Sabotage", e Hello Nasty (1998), que nos mostra outro videoclip brutal "Intergalactic", mas tudo isto sem tirar aquele toque Beastie Boys absolutamente característico, que nos faz ouvir a sua forma de rappar e dizer logo: "Isto é Beastie Boys!".

Beastie Boys - Ch-Check It Out
Tags: Beastie Boys - Ch-Check It Out


Apesar das várias adversidades como a idade já avançada deles e o cancro que atacou o MCA, continuam ainda hoje a sua longa carreira, e lançaram este ano o álbum Hot Sauce Committee: Part Two. Devo dizer que o meu entusiasmo era enorme, tendo em conta todo o mediatismo que teve, em que muito ajudou o video de 30 minutos que fizeram para apresentar o álbum, que conta com actores "pouco" conhecidos do público como: Seth Rogen, Elijah Wood, Will Farrell, Jack Black, Susan Sarandon, Orlando Bloom ou Kirsten Dunst. Deixo-vos aqui o link.
Sobre o álbum, tenho a dizer que no geral gosto bastante. Há participações do Nas e da Santigold, o que, para mim, não é propariamente uma vantagem, porque o flow dos Beastie Boys é único e complatamente diferente de tudo, o que faz com que estes 2, principalmente o Nas, pareçam um pouco distante da música. Tem músicas excelentes como "Nonstop Disco Powerpack", "Funky Donkey" ou "Long Burn The Fire". É um álbum que continua na senda do experimentalismo tão presente ao longo da carreira dos Beastie Boys. Há rock, há hip-hop e.. há Beastie Boys. O mundo já sentia falta deles. Vou deixar-vos aqui o single "Make Some Noise" que me viciou muito rapidamente e tem um video clip muito fixe.



Moral da história é: gostava de ser um Beastie Boy!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Mac Miller - Kool Aid And Frozen Pizza

Será que é desta que o nosso hiato vai parar? We'll see. O Verão tá a chegar e a música está sempre mais que presente, seja em festivais ou não. Vai sempre haver aquela canção que associas ao evento onde se apanhou alta tala, ou ao grupo que te acompanhou nas aventuras naquele sítio onde apanhaste alta tala, ou àquele amor de Verão com quem apanhaste alta tala. Porquê a constante presença de álcool? Porque estudos dizem que 95% dos jovens bebem álcool, e a fama sem proveito não tem piada. Continuando: neste momento, já apanhei um álbum que vai, de certeza, ser a minha banda sonora de Verão, porque, apesar de já o ouvir há algum tempo, só me imagino a ir a caminho da praia a ouvir este campeão. Um campeão apresentado a este que vos escreve pelos seus coleguinhas do IST, João Vieira e, principalmente, Pedro Teixeira. Um campeão mais novo que nós, um campeão que a única coisa que faz da vida é rappar e fumar aqueles cigarros mágicos. Um campeão chamado Mac Miller.


O Hip-Hop tá na moda, eu sei e desculpem lá qualquer coisinha, mas o Mac Miller refresca-nos o ouvido oferecendo-nos aquele hip-hop chillout, sem tiques de gangster, sem tiques de super estrela, porque como ele diz: "We're just some mother fuckin' kids!". Lembro-me que vos disse o mesmo em relação ao Drake, mas o Mac leva o seu hip-hop a um nível muito mais clean, mais tranquilo e, lá está, mais chillout. É um rapaz novinho, mas já tem muitas mixtapes aí espalhadas pela internet e muitos fãs espalhados pelo mundo. O que imediatamente me fascinou quando o ouvi pela primeira vez foi o uso de excelentes beats, positivos e serenos, e o óptimo flow que incute nas músicas. As letras falam de coisas simples da vida: raparigas, erva, roupa e o dia-a-dia de um jovem de 19 anos. Sem stresses, sem problemas, sem confrontos. Ouvi os trabalhos dele e sem dúvida digo que a evolução nota-se imenso: os primeiros trabalhos medianos, com os beats demasiado cheios de samples ou com uma sonoridade muito mais gangster, que apesar de resultar bem com outros, não acho que resulte muito bem com o Mac; e a penúltima, mixtape - K.I.D.S.: Kickin' Incredibly Dope Shit - com uma qualidade brutal e que evidenciam claramente as qualidades de que vos falei. Nesta mixtape, a personalidade junkie do Mac Miller aparece em grande plano, onde o facto de ele ser ele próprio é outro ponto forte nas músicas dele. Recomendo-vos dessa mixtape músicas como: "Nikes On My Feet" (a intro é longa, esperem uma beca), "Senior Skip Day" (oiçam esta que é brutalíssima) e "All I Want Is You". Vou deixar-vos a primeira música que ouvi dele, que descreve tudo o que eu gosto no Mac Miller. Chama-se Kool Aid and Frozen Pizza (talvez uma referência à Cookies and Apple Juice do Cam'Ron).



Depois desta mixtape, a carreira do Mac subiu em flecha e ele lançou outra mixtape chamada "Best Day Ever" e, este que vos escreve, deixa aqui o link para a sacarem. Resumindo, a música dele transmite um Mac Miller convencido só para fazer rir e um tipo calmo e tranquilo. Deixo-vos aqui o primeiro single da última mixtape "Donald Trump", que é uma mensagem aos seus haters, dizendo que ele continua a conquistar o mundo enquanto eles continuam a tentar rebaixá-lo. A letra parece do mais egocêntrico e gabarolas que há, mas a forma irónica e divertida com que ele encara os que o odeiam é, para mim, brutal.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Rage Against The Machine - Sleep Now In The Fire

Hoje vou quebrar aquela nossa máxima de não escrever nada sobre bandas muito conhecidas, mas para quem meteu Coldplay e Blur, a banda de hoje não se desenquadra muito do conceito do blog. Vou quebrar a máxima, porque falo pouco de bandas que realmente me dão aquela adrenalina, que me fazem delirar e gritar, que provocam em mim uma panóplia de sentimentos. Hoje vou falar de uma banda bastante conhecida pelo público e crítica, tanto pelo seu poder nos concertos ao vivo, como pelos músicas que compõem a sua antologia. Hinos como "Killing In The Name Of", "Bulls On Parade" e "Sleep Now In The Fire" que são verdadeiros gritos de revolta contra tudo e todos... Hoje vou falar dos Rage Against The Machine.


Comecei a ouvi-los há uns anos e rapidamente conquistaram-me. Então depois do concerto no Alive, fiquei completamente fã! Foi dos concertos do qual sabia menos letras e ao mesmo tempo gostei mais! Conquistaram-me mesmo. Talvez por me fazerem lembrar os meus tempos de nu-metal (desculpem os fãs pela comparação), talvez pela raiva e poder que o Zack de la Rocha mete nas suas letras, talvez pelo Tim Commerford ter a sua tatuagem mais diferente e original de sempre, ou talvez pela tremenda, e repito, TREMENDA, criatividade do Tom Morello... Acho que é mesmo todo o mix, que me torna por momentos um verdadeiro comunista de punho erguido. Aqui confesso, não me identifico totalmente com as ideologias politicas incutidas letras das músicas, mas com toda pujança com que eles nos transmitem as suas ideias (e principalmente o Zack), chega-se a um ponto em que é inevitável não gritar "Fuck you, I won't do what you tell me"... Eles são a música de intervenção elevada ao expoente máximo: letras, atitudes e as próprias melodias em si, são contagiantes gritos de revolta no seu mais puro estado. Podem não concordar, mas a forma como Zack De La Rocha defende a sua ideia, é algo que merece o devido louvor.


No entanto, os RATM não vivem só de ideologias políticas, eles tocam punk, hip-hop, metal e rock, sem qualquer tipo de mistura azeiteira, tudo com uma qualidade muito acima da média. E, sem desvalorizar os outros elementos, o principal responsável por isso é Tom Morello. Um dos guitarristas do mundo mais subvalorizados, mas que supera muitos virtuosos com a sua constante tentativa de sacar sons novos da guitarra. É um verdadeiro mestre nos pedais da guitarra e efeitos, mas sem que isso lhe suba à cabeça: a modéstia dele é inversamente proporcional ao valor que alguma da crítica lhe dá.
Os Rage têm uma discografia curta, 4 álbuns, oiçam os 3 primeiros: o homónimo, o Evil Empire e o The Battle of Los Angeles. O primeiro álbum é mais cru, mais pesado no que toca à intensidade das músicas e letras, os outros têm o mestre Tom Morello no seu melhor, sendo o terceiro um álbum com músicas mais orelhudas e cantáveis. Sei que muitos já ouviram várias canções desde a "Wake Up" do Matrix, "Bulls On Parade" em concertos de Da Weasel, "Tire Me" vencedora de um Grammy ou a inevitável "Killing In The Name Of". Mas digo-vos mesmo que é obrigatório ouvir todo o trabalho de uma banda que já está na história da música.
Não consegui escolher uma música, deixei-vos várias, mas acho sinceramente que a Sleep Now In The Fire é a minha preferida deles. Tem tudo que gosto neles: a pujança, a letra corrosiva e o génio de Tom Morello. Enjoy!

sábado, 19 de março de 2011

Toro Y Moi - Talamak

Isto não morreu pessoal! Tenho recebido alguns comentários do pessoal que vinha cá ver isto (obrigado Afonso, Marcos, Sónia e Anónimo-que-comentou-o-artigo-dos-Black-Flag) e isso deu-me pica para voltar a escrever aqui. Nós estamos só a fazer uma introspecção dos nossos pensamentos musicais para vos trazer mais artigos bonitinhos. Essa introspecção fez-me concluir 2 coisas: a primeira é que eu sou um granda hipster... isto é, tudo o que as publicações indie dizem que é bom, eu saco e depois de ouvir, filtro o que gosto e o que não gosto. A segunda é que ando numa de música calminha, mesmo para a tranquilidade. Estas duas coisas a juntar ao autêntico dia de verão que esteve hoje, onde eu comi um belo dum peixinho grelhado e apanhei um granda solinho, fizeram-me ir ouvir a nova coqueluche do chillwave (parece que é um estilo de música), o americano Chazwick Bundick, mais conhecido na música como Toro Y Moi.


Para já de realçar que sempre quis ver isto: um preto com olhos à chinês (combinação essa proveniente do facto de ter mãe filipina e pai negro). Depois deste devaneio, vamos ao que interessa. A carreira de Toro Y Moi nunca será grandiosa. Nunca encherá um Coliseu dos Recreios, nem nunca tocará em palcos principais de um Alive. Os concertos também não serão nada de transcendente e apoteótico, mas serão, no entanto, momentos de tranquilidade e relaxamento (isto partindo do princípio que as interpretações que ele faz das suas músicas sejam próximas das que foram feitas em estúdio). É música porreira quando se quer relaxar (ilegalmente ou não), estudar, apanhar aquele sol... Já me imagino em Paredes de Coura (que já agora, a demora em anunciar novidades está a ser irritante) às 6 da tarde, com sol ainda a bater e eu sentado na relva a ver, no relax, o concerto deste gajo. Não custa sonhar.
É um artista bastante recente, lançou-se na música à séria em 2010 (pois já tinha feito umas demos em 2007) com o álbum Causers of This. Tem músicas porreiras, recomendo-vos os singles "Blessa" e "Talamak" e a música "Low Shoulder". Depois de lançar este álbum, o Kanye West encarregou-se de fazer-lhe publicidade e elogiar o trabalho dele, o que fez explodir a popularidade de Toro Y Moi. Agora em Fevereiro deste ano, lançou Underneath the Pine e já tem muita da crítica rendida ao seu novo álbum. Recomendo músicas como "New Beat", "Go With You" e "Still Sound".
Esta é aquela parte em que eu me armo em expert: A sonoridade de Toro Y Moi vai buscar coisas da pop psicadélica dos Animal Collective, no entanto, com melodias um pouco menos complexas e mais directas, vai também buscar alguns elementos de hip-hop e a electrónica do movimento New Wave. No entanto, acho sinceramente que ele devia deixar-se pela produção das músicas, porque não acho que a voz dele tenha capacidade para fazer as coisas que ele faz nas músicas e ao mesmo tempo ser cativante.

Para concluir, é porreiro, ouve-se bem, mas não é nada do outro mundo. Tem potencial, mas há ainda alguns pormenores a rever, tal como a voz. Talvez um bom produtor resolva esse problema... Esperarei pelo próximo trabalho dele... Entranto vocês vão ficar com o chill deste campeão, a música de hoje chama-se Talamak e é tranquilidade em forma de música. Anyways, oiçam as que têm link que também são fixes! Enjoy!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Wu-Tang Clan - Tearz



Querido blog,

tinha eu 3 anos quando foi posto á solta o album mais perigoso e influente do hip hop como o conhecemos hoje em dia. Enter the Wu-Tang (36 Chambers), viu a luz das lojas, e dos casacos dos vendedores de mixtapes em 1993.
Como diz o meu migo Martins é muito relativo eu estar aqui a falar do melhor grupo de hip-hop de sempre, que lançou aquele que é para mim um dos marcos da musica contemporanea, tal como
OK Computer, o fez para talvez numa esfera mais ampla do mundo musical, Wu-Tang Clan com este 36 Chambers mandou o Djing, o sampling, o rap para outro nível. Tudo no album é cuidadosamente produzido, fazendo da voz de Ol' Dirty Bastard, supostamente anti-musical, uma marca, um gigante do flow, mostrando que não é preciso saber cantar para transimitir uma mensagem artistica, isto claro sempre com grandes samples e letras vindas do fumo da cannabis, dos filmes de kung-fu e da street.
Se nunca ouviram o album, além de ter pena de vocês, digo para ouvirem o mais depressa que puderem pa salvarem a vossa alma.

A música que vos trago hoje é uma preferida da minha pessoa, Tearz, uma música sobre duas histórias, a morte do irmão de RZA (não sei se é verdade ou não) e outra sobre SIDA cantada pelo Ghostface (ya Valete, Roleta Russa = Plágio). A música tem o melhor sample do album tirado da música After Laughter (Comes Tears) da Wendy Rene (linda) e começa a impor os tão conhecidos "hooks" no hip hop, os refrões que nos deixam agarrados à musica normalmente tirados de grandes hits ou super-pop !

After laughter comes tearz
Wu-Tang Clan - Tearz

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Queens of The Stone Age - In My Head

Ainda hoje tive a falar com o Crostas sobre este vosso espaço de reflexão musical. Porque não artigos de Led Zeppelin, Beatles ou Pink Floyd? Falar de bandas mais que consensuais serve para quê? Tudo o que tinha de ser dito já foi dito várias vezes e, precisamente por isso, nos precavemos de escrever baboseira sobre eles. Agora vocês dizem: "Então porquê Coldplay, Blur ou Eminem?". A resposta é simples: apesar de isto ser uma cena maioritariamente de partilha, também gostamos de dar a nossa opinião, a nossa alfinetada, gostamos de defender música onde vemos algum mérito e qualidade. E hoje vou fazer o mesmo, vou falar de uma banda já muito conhecida (nem que seja pelo nome sonante), adorada por alguns, menosprezada por outros e odiada por quem não gosta das atitudes do vocalista: os Queens of the Stone Age.


Os Queens of the Stone Age já sofreram muitas mutações, uns foram despedidos, outros saíram porque, infelizmente, a vida já não queria nada com eles, outros como o Troy Van Leeuwen dos A Perfect Circle ou a besta Joey Castillo, baterista dos Danzig, entraram na banda já depois de alguns álbuns lançados. Também já convidaram muita gente entre eles o engraçado Jack Black, Dave Grohl, Billy Gibbons dos ZZ Top e Mark Lanegan dos Screaming Trees. Mas as constants são o ginger Elvis, o rei do deserto, Josh Homme e o seu auto-denominado robot rock por causa das canções girarem à volta de um riff repetido ao longo delas.
Ultimamente tenho andado viciado neles. Os seus singles sempre foram parte muito activa nas minhas playlists. Go With The Flow com o seu ar melancólico e ao mesmo tempo rockeiro, No One Knows com um dos riffs mais característicos de sempre, In My Head que me faz sempre lembrar os tempos de Need For Speed e Sick, Sick, Sick que me lembra sempre o negro videoclip. São músicas que estão na minha cabeça e conheço-as de trás para a frente. Mas até há pouco tempo, não tinha ouvido muito os seus álbuns na íntegra. Após ouvir mais coisas com atenção, juntei rapidamente a estas músicas outras como Make It Wit Chu, um hino ao sexo, The Lost Art Of Keeping a Secret e, a famosa lista de compras, Feel Good Hit of the Summer. O grau do vício foi aumentando e eu a querer ouvir mais, até que, saiu uma notícia que dizia que os Queens Of The Stone Age iam tocar na sua tour, músicas do seu primeiro álbum, lançado em 1998. Fui ouvi-lo... Até então, nunca percebia as pessoas que diziam que tinha as músicas tinham um cheirinho a deserto. Com o primeiro álbum, homónimo, percebi isso. Sem nunca ter ido ao deserto norte americano (aqueles com caveiras de búfalos), fez-me lembrar exactamente isso e, citando um fã: "Só me imaginava com o depósito do carro cheio a fazer a Route 66". Em 2001, lançam o fortemente aclamado pela crítica Rated R (não, não tem nada a ver com a Rihanna). Ganharam grande reconhecimento com este álbum, muito graças à Feel Good Hit of the Summer. É um álbum com uma melhore produção e arranjos, com o toque a deserto mais suavizado, um pouco mais pesado, não no sentido músical, mas sim num sentido de relaxamento. O terceiro registo e pessoalmente o meu preferido, chama-se Songs For The Deaf e é lançado em 2002. É o que os QOTSA fizeram mais próximo daquilo que se pode chamar um álbum conceptual: todo ele gira à volta da viagem entre Los Angeles e Joshua Tree (cidade onde nasceu Josh Homme) e isso é demonstrado pelo engraçado pormenor da transição de uma música para outra ser feita através da emissão de rádio, um pouco ao estilo do Próxima Estación... Esperanza do Manu Chao. É um álbum que tem aquelas músicas que toda a gente gosta dos QOTSA: No One Knows e Go With The Flow que deixo ali em baixo, bem como outras músicas fortes como a First It Giveth e a fenomenal Song For The Dead, que recomendo vivamente para o pessoal mais hardcore, vejam esse video: BEST. INTRO. EVER!



Prosseguem a carreira com o Lullabies to Paralyze que, apesar de eu pessoalmente não o amar, tem uma das músicas que gosto mais deles, se não a que gosto mais, In My Head. É, no entanto, um álbum porreiro que continuou a dar-lhes reconhecimento da crítica e do público. Até aqui, sempre foram constantes: lançavam álbuns ainda um pouco (não muito) longe da perfeição, mas com 3 ou 4 músicas absolutamente geniais.
Em 2007, com o lançamento de Era Vulgaris, decidiram mudar um pouco mais a sonoridade. Isto leva, como sempre, à separação de opiniões da crítica. Até aqui, reuniam algum consenso, mas após este álbum a crítica divide-se. O que é certo é que o álbum é mais negro, com uma sonoridade mais pesada comparativamente aos outros. É um álbum estranho e, para mim, um tiro ao lado na carreira dos QOTSA. Não é mau, mas também não é bom. É banal. Mas o experimentalismo é de louvar, se bem que o Homme podia continuar a fazer isso nas Desert Sessions.

Conclusão, os QOTSA não fazem álbuns geniais, mas fazem canções geniais (oiçam mesmo algumas das que meti aqui) que já os fez entrar no conhecimento do público em geral. Oiçam-nos, principalmente ao vivo (mas não mandem garrafas ao Homme se não acontece o que aconteceu no Norwegian Wood) pois acho-os fortíssimos, apesar de uma ou outra canção ser melhor em estúdio. Vou deixar-vos aqui com uma música que também o Crostas gosta muito e ando viciado a tocá-la na guitarra! Chama-se In My Head, tem uma letra porreira, é muito simples, mas acho-a bem tranquila de se ouvir. Enjoy!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Saviours - Into Abaddon


Querido blog,
a minha nova banda preferida:

"Saviours are a heavy metal band from Oakland, California in the United States. We formed in September 2004 and have released three albums and five EPs and we have played some shows in 21 countries on Earth. We are influenced by many types of metal, from proto to NWOBHM to black and lots in between. This blog will become our primary outlet of information on the internet as we try to withdraw from Myspace and civilization in general. Contact us at: killforsaviours@gmail.com"

Dizem eles, aqui, poupando-me trabalho a escrever (preguiçoso).
Lançaram em 2009 o Accelarated Living (grande album) não tão bem recebido pela critica dita alternativa, por se distanciar um bocado mais do aclamado Into Abaddon, pela sua rapidez, distorção mais crunchy e thrash e menos sludge. No entanto eu venho-vos falar do Into Abaddon que é o que não me sai dos ouvidos desde ontem. A primeira vez que o ouvi foi talvez o ano passado, por esta altura (o album é de 2008), e embora tivesse gostado de grande parte dos riffs nunca lhes dei a atenção devida, até ontem.
Into Abaddon é o metal do passado presente e futuro. Tal como os Mastodon, Saviours são influenciados pelo stoner dos Melvins, o Heavy Metal dos Iron Maiden, Motorhead e Metallica, enfim os clássicos com cheirinhos de punk pelo meio e prog rock. No entanto se os Mastodon apenas neste ultimo Crack The Skye se aplicaram mais nos solos, estes rapazes da Califórnia começaram com as guitarras espacias desde o inicio, este album começa com riffs bem sludgy's mas lá para o meio começa-se a notar muito psicadelismo, tanto a nível de produção como a nível musical, as minhas faixas preferidas, Firewake Angel e Inner Mountain Arthame apresentam vários momentos de psicadélia, no entanto misturados com sludge e muitos elementos de NWOBHM, isto gera nada mais nada menos que brilhantismo riffal, e solar, aconselho vivamente este album bem como os outros e os vários EP's que a manda tem lançado ao longo do tempo (embora ainda só tenha ouvido um deles).
Partilho-vos aqui o Into Abaddon porque é aquele que se consegue entrar mais facilmente ao inicio, visto isto não ser um blog de metal e eu estar neste momento a dar ênfase ao género, espero mesmo que gostem, e dêm feedback, para eu saber se devo continuar com estas coisas de homem ou não.
Estou a brincar, para as meninas, a guitarrista de Kylesa (génia) é muitas vezes vista com camisolas de Saviours em palco, será que os papa? Gossssiip

Saviours - Firewake Angel by Diogo Crostas


LINK

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Danger Mouse & Sparklehorse - Dark Night of The Soul

Prometido é devido. Depois de um fim de semana para festejar isto das férias, chega a segunda-feira e vou escrever um artigo. O mundo da música não parou, mas nós parámos um bocado. Ainda ontem tiveram a entregar os Grammy's e, se me permitem, vou só desabafar um bocadinho: sou o único a achar que os Them Crooked Vultures não deviam ganhar nada? Atenção, eu gosto de Foo Fighters, Queens of The Stone Age, Kyuss, Nirvana, Led Zeppelin e muitos mais projectos do Dave Grohl, do Josh Homme e do John Paul Jones... Mas sinceramente, acho o álbum demasiado mediano (e não mau) para ter tido o mediatismo que teve. A produção parece amadora, as músicas não são nada de especial e para o elenco que estava lá, esperava-se muito mais. Os Pearl Jam estavam nomeados para uma categoria qualquer com o Backspacer. Mais uma vez, adoro Pearl Jam, mas o Backspacer?! Para finalizar, os Iron Maiden ganharam o grammy de melhor Metal Performance com o El Dorado... Bem, mas a música é uma arte e cada um avalia como quer, até porque eles percebem mais disto do que eu! Concordam, discordam? Deixem aí um comentáriozinho.


Voltando ao artigo, vou partilhar com vocês um álbum que tem uma música que eu meti no meu top 20 do ano passado. O álbum é encabeçado por dois músicos: Danger Mouse e Sparklehorse. O primeiro ganhou ontem um merecido Grammy de melhor produtor (sim, também há prémios merecidos), trabalhou com Gorillaz, The Black Keys, Beck e fez parte da dupla Gnarls Barkley; o segundo é um géniozinho do indie já falecido que o Crostas há tempos vos falou. O álbum chama-se Dark Night Of The Soul e tem a particularidade de ser um álbum de colaborações, no sentido em que Danger Mouse e Sparklehorse compuseram as músicas e convidaram vários artistas para as cantar. Entre os convidados estão: Julian Casablancas dos Strokes, Black Francis dos Pixies, Iggy Pop, Suzanne Vega e o mestre do suspense David Lynch, que é fortemente associado a este projecto, pois também fez todo o artwork do álbum. É um álbum porreiro, nada do outro mundo, mas ouve-se todo muito bem. Em algumas músicas, são os próprios cantores a dar o toque final, o power que a canção precisava, como é o caso da Little Girl com o Casablancas ou a Pain com o Iggy Pop, noutras a voz feminina dá-nos tranquilidade como na The Man Who Played God com a Suzanne Vega, noutras a conjugação das duas é impecável, como na Revenge com o Wayne Coyne dos Flaming Lips, ou na Angel's Harp com o Black Francis. Como vos disse, ouve-se muito bem, coisa que o Danger Mouse garante sempre, e tem muito boas malhas na guitarra, coisa na qual o Sparklehorse se encarregou muito bem. Recomendo não só pela a mistura de tanta estrela, mas porque tem canções muito fortes. Merece uma audição vossa, Boutiquers.

A música de hoje é, indiscutivelmente, a que meti no top. Uma percussão simples mas que nos faz mexer, um solo BRUTAL, a voz do Casablancas no seu melhor... enfim, tornou-se uma das minhas músicas de eleição rapidamente. Espero que vos toque pelo menos metade do que me tocou. Enjoy! RIP Sparklehorse.



Já agora, o Marcos recebeu o seu CD são e salvo. A foto está na nossa página do facebook! E já agora número 2, obrigado por serem encalhados e não estarem neste momento no cinema ou a jantar (ou a fod...) com os vossos cônjuges, mas sim a ler este artigo! :D Feliz dia de São Valentim.

Dia dos Namorados



Querido blog,
hoje para todos aqueles que não receberam uma prenda sequer eu vou dar duas prendas...duas músicas para aqueles que jantam sozinhos, tadinhos.

A primeira do mestre dos desgostos tem versos como:

"I know you can't believe
I could just leave it wrong
And you can't make it right
I'm gonna take off tonight
Into the night"

Kanye West - Heartless





A segunda do rei da depressão/singer-songwriter mais inovador e underrated (lol), mas com uma música de esperança:

Townes Van Zandt - Don't You Take It Too Bad



"And we just can't have that, girl
cause it's a sad, lonesome, cold world
and a man needs a woman
just to stand by his side"


Bom dia 14 de Fevereiro, isto hoje em dia é só bitches e assholes.

PS: Amo-vos a todos, estão sempre no meu coração

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Owen Hart - Earth Control


Querido blog,
Owen Hart, é uma banda Americana de Metal. Chequei-os no MetalSucks onde eles têm uma review do album Earth Control. Esta altura do ano é a minha altura de maior abertura ao Metal, lol, um género que está sempre no meu coraçãozinho de satan.
Owen Hart (o nome vem de um wrestler que morreu em directo a fazer uma performance) é uma banda que parece estar-se nas tintas, desde as letras das músicas ás....letras das músicas, visto que eles levam o resto muito a sério, tocam Metal, com influencias de Grindcore, Hardcore, Death Metal, Black Metal, enfim só coisas boas. Mas o que chama realmente a atenção neste album, além das capacidades técnicas de todos os seus elementos, são os riffs, os melhores riffs deste album (44 Black e Methlaham para mim, mas oiçam todos, há muito para descobrir) são épicos dignos de bandas como Black Dahlia Murder, Pantera ou até uns Slayer. Grande atenção vai também para os blast beats e os riffs Black Metal, tratados de outra maneira, encaixam muito bem no som da banda e dão uma nova visão ao panorama de géneros que torna o Metal tão famoso. Nomes das letras são muito giros como I Hate Myself and I Want To Die ou Fuck Morrissey, Fuck The Smiths, Fuck The Cure (Morrissey :vénia:)
Owen Hart são um mix de coisas boas, este album Earth Control abre muito bem 2011 e já me deixou viciado, há um mês que anda no meu mp3 !
Vou-vos deixar aqui link para a música 44 Black.


WADhsbjfdsfkasajs

Hail Satan \m/

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Unwritten Law - Lost Control


Hoje, o artigo vai ser curto. Nem introduçãozinha nem nada. Desculpem, mas prometo que Fevereiro vai ser um mês cheio de artigos, mas agora o tempo é pouco. Hoje vou meter um guilty pleasurezinho. Esta é daquelas músicas que me marca por alguma razão em particular e não propriamente porque a acho uma grande canção. Neste caso foi simplesmente porque fazia parte da banda sonora de um jogo que eu jogava muito. Quando ouvi o resto das músicas, achei muito banais e muito iguais umas às outras, mas esta música, não sei porquê, dá-me pica. Pica para andar a alta velocidade no carro (ya, o jogo era o Need For Speed). Como estava a dizer, a banda é tipo o meio-termo entre o punk-pop de blink-182, Sum 41, Good Charlotte, e o hardcore melódico de Rise Against e No Use For A Name. A banda não tem grande impacto no mundo da música, mas é como digo, esta música... É um guilty pleasure vá. Desse modo, os Unwritten Law vão ficar na minha cabecinha sempre à pala desta música. De qualquer forma, se gostarem mesmo muito destas cenas, oiçam o álbum Here's to the Mourning, que até é não é mau de todo e o Elva igualmente razoável. A música de hoje chama-se Lost Control. Enjoy!



Mais uma vez parabéns ao Marcos. Ainda não enviei o CD, mas vou ver se amanhã trato disso!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Destroyer - Kaputt

Confesso que hoje não estava nada à espera de fazer um artigo. A chuva estragou os planos de uma "noite louca... carpe diem". Por isso, hoje é noite de estudar funções, determinar primitivas e calcular integrais. Mas antes disso, uma paragem para digerir o frango assado do jantar. Pausa com quê? À falta de KitKat, recorri à música. Comecei a ouvir então, um álbum que saquei há dias, que estava bem referenciado nos dois sites de música que mais consulto. Não vou dizer quais são, para não perder clientela (Drowned In Sound e Pitchfork). Também me influenciou muito a opinião do guru da crítica musical na internet (ou seja, ídolo dos elementos deste blog), Anthony Fantano (the needle drop). Nunca tinha ouvido falar do autor desse tal álbum e até pensei inicialmente que era uma banda. Afinal, o senhor em questão é mesmo só um e já tinha uma carreira grande, que remonta a 1996. É, inclusive, integrante dos interessantes The New Pornographers e chama-se Dan Bejar. No entanto, a sua carreira a solo está sob o nome Destroyer.


Destroyer, como vos disse, já tem uma carreira longa. A contar com este álbum lançado a 26 de Janeiro, já tem 9 registos de longa duração. Tem mais 3 EP's e 1 cassete (lol). Portanto, pode dizer-se que não é novo nisto. Mas é novo para mim e hoje ouvi pela primeira vez Destroyer e o seu novo álbum Kaputt. Não faço mesmo ideia a que soam os outros álbuns, só investiguei opiniões de outros amantes da música e, no geral, recebe bastantes elogios. O conjunto todo dos trabalhos de Destroyer recebe também aquele excelente elogio musical que é a capacidade de se reinventar álbum após álbum, chega mesmo a ser comparado ao camaleónico David Bowie. Ao começar a audição deste álbum, e sem querer parecer muito uma pessoa sem opinião própria, fiquei logo de orelhas em pé com muita atenção e gostei bastante do que os tais sites me tentaram impingir. Baixos porreiros, uma voz peculiar, mas simpática e modesta, uns ligeiros toques de jazz e um ambiente de tranquilidade e relaxamento. Tem músicas muito fixes, pormenores muito porreiros e uma boa produção, acho por isso que devem dar-lhe um check. Começa bem este ano, já com um álbum muito forte. Fiquei, sem dúvida, interessado para ouvir o resto dos trabalhos dele. A música que mais gostei foi Savage Night At The Opera, meti no SoundCloud para vocês ouvirem e vamos ver quanto tempo dura sem que me venham chatear com direitos de autor.

Destroyer - Savage Night At The Opera by Diogo Martins

Vou deixar-vos aqui também, o primeiro video do álbum. O vídeo é bem estranho, mas a letra fala de cocaína, logo percebe-se. A música chama-se, tal como o álbum, Kaputt. Enjoy!



Ah ia-me esquecendo. Prometi um passatempo e ainda hoje vão ter novidades na nossa página do Facebook. O álbum é normalíssimo, ainda nem foi usado, tem capa e tudo normal, só não tem artwork. É de uma banda que as pessoas ou odeiam ou adoram, mas mesmo assim acredito que haja muitos participantes. Depois tiro fotos para vocês perceberem.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Meek Is Murder - Mosquito Eater EP


Querido blog,
ontem fui espreitar o METALSUCKS e fui dar de caras com os Meek Is Murder. Eles estão pelos vistos a acabar de masterizar o seu novo album Algorithms, e tinham um pequeno teaser que me deixou todo excitadinho:



Ao que parece este album Algorithms vai ver a luz das lojas dia 22 de Março (pelo menos nos EUA), e é produzido por Kurt Ballou, géniozinho guitarrista de Converge.
Fui então pesquisar a ver se conseguia ouvir qualquer coisa da banda, e claro que o meu amigo mediafire me disponibilizou Mosquito Eater. Um EP que foi á uns tempos atrás posto no myspace dos Meek Is Murder para download grátx. Devo dizer então que ao contrário da maioria das bandas de extreme metal, grindcore, mathcore, wtv, Meek Is Murder cativou-me á primeira. Embora eles sejam bastante técnicos, eles conseguem escrever músicas que não são um despejo de riffs a mil á hora, (embora ás vezes os despejem). Notam-se as influências de Grindcore, Converge, Botch, Coalesce, mas outras influências de Heavy Metal, e Thrash, como por exemplo no solo triunfante do final de First Blood Part II.
Deixo-vos aqui então como é de costume link para o EP e a música First Blood Part II.

Isto do tempo frio puxa-me sempre para o meetaaall \m/ \m/

Espero que estejam a ter uma boa semaninha.

EP !!

Meek Is Murder - First Blood Part II by Diogo Crostas

Animal Collective - Fireworks

Não vou voltar a fazer uma introdução a falar da mesma lengalenga de sempre. Ya, tenho tido exames e tal, não é bem uma desculpa, mas pronto. De qualquer forma, tenho andado a ouvir muita música para fazer-vos reviews bonitas. Tenho andado particularmente interessado numa banda que é uma das protegidas e, já uma banda de culto, do mundo indie. Vou armar-me em prepotente e arrogante, criticando algumas das coisas deles, mas elogiando muito, porque são autores de músicas que me fazem entrar em êxtase. Aquele êxtase calminho, que nos faz sonhar! É uma banda que podia ser das mais conhecidas no nosso país, dado que um dos seus vocalistas vive em Lisboa e é casado com uma portuguesa. Os insiders já perceberam que hoje vou falar dos Animal Collective.


Quando inicialmente os comecei a ouvir, pouco sabia sobre eles e, até há pouco tempo o que sabia era realmente muito pouco. Tinha vários CDs deles, mas ouvia só algumas músicas deles. Então decidi investigar e aculturar-me. Os Animal Collective são uma banda americana iniciada por David Portner (Avery Tare) e Noah Lennox (Panda Bear; o tal que vive em Lisboa). Juntos, lançam o primeiro trabalho da banda em 2000, chamado Spirit They're Gone, Spirir They've Vanished, que lhes valeu comparações com o psicadelismo de Beatles e Pink Floyd (say whaaaaat?). É uma boa estreia, tem uma ou outra música chata, sendo as outras porreiras. É absolutamente ground-breaking dado o ano em que foi lançado e é também, no fundo, a essência do que de melhor fazem os Animal Collective: o pop psicadélico que pega em nós e nos leva para o País das Maravilhas. Em 2001, lançam o sucessor, Danse Manatee, já com Brian Weitz (Geologist) na banda. Se os que ouvem Animal Collective pensam: "isto parece tudo ao calhas", oiçam este álbum e esse sentimento é levado ao expoente máximo. Para além das músicas mais curtas não terem desenvolvimento nenhum, as músicas maiores, carecendo também desse problema, chegam a ter sonoridades irritantes. Se quiserem oiçam o álbum, mas digo já que é, para mim, muito fraquinho. Em 2003, junta-se Josh Dibb (Deakin) ao duo inicial e os três lançam o álbum Campfire Songs, sob o mesmo heterónimo (calma aí, Fernando Pessoa). Só tem cinco músicas, é porreiro, com o interessante pormenor da forte presença das guitarras acústicas, mas nada de especial. No mesmo ano, com os quatro elementos da banda finalmente juntos e já com o nome Animal Collective definido, é lançado Here Comes The Indian. A crítica gosta bastante, mas eu não o acho nada de especial. Continuo a vê-los a tentar fazer coisas diferentes e novas, mas sem aquela componente importante que é ser audível por um grande número de pessoas. Mas em 2004, os Animal Collective começam a atingir a excelência. Lançam Sung Tongs, um excelente álbum, com um estilo difícil de qualificar, mas que soa muito bem nos nossos ouvidos. Desprenderam-se, nesta fase, das sonoridades mais viradas para os "contos de fadas", passando para ritmos mais rápidos e mexidos. Segue-se 2005, que nos traz Feels, mais uma maravilha deste quarteto, todo ele feito com uma afinação das guitarras única, o que lhe confere uma sonoridade inevitavelmente diferente. Como eles disseram: "Todas as músicas do Feels estão afinadas a partir do piano de um amigo nosso, que já estava por si próprio, desafinado."


Continuando o processo de aperfeiçoamento, as músicas vão ficando cada vez mais convidativas a um maior número de pessoas, as vozes (e gritos do Panda Bear) cada vez melhores, as músicas com uma produção muito melhor, sempre com o cunho próprio da banda, e é lançado em 2007, Strawberry Jam, vencedor de inúmeros prémios e detentor de relativo sucesso comercial. Lembro-me inclusive, que o single "Peacebone" chegou mesmo a dar na televisão portuguesa, nos intervalos da SIC Radical. A música de hoje é precisamente deste álbum, mas já lá vamos! A carreira dos Animal Collective continua em 2009, com mais um arrecadador de prémios, Merriweather Post Pavilion (a capa está em cima, granda ilusão de óptica né?), que foi nomeado álbum do ano em variadas publicações de música, incluindo o suplemento musical da revista Time (só pa dar aquela credibilidade). É o álbum mais longo da banda, parece-nos logo uma das coisas mais sérias que os Animal Collective já fizeram e tem como produtor Ben Allen, que trabalhou com os Gnarls Barkley (só pa cativar a malta pop). Tem como single "My Girls", oiçam que é muito porreiro.
Concluindo, oiçam os 4 últimos álbuns que são muito porreiros, porque agora que os ouvi com atenção, fiquei simplesmente atordoado com a evolução, constante mudança de sonoridade e frescura das canções. A música de hoje é a minha preferida deles, chama-se "Fireworks" (não, não tem nada a ver com a Katy Perry), tem aquele coro inicial super-contagiante, o gritinho no refrão que também me faz gritar, o riff do piano no refrão e toda aquela sonoridade épica que nos leva a navegar por caminhos imaginários. É uma das minhas músicas preferidas de sempre, já fez repeat muitas vezes no meu iPod. Enjoy!



Eles têm também alguns EP's, que são "restos" das gravações de cada CD, para quem tiver interessado, oiçam também!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Mount Eerie - Black Wooden Ceiling Opening EP

Querido blog,
não sei já repararam, mas este blog anda um pouco em baixo, será a falta de dinheiro ao projecto, será que a vontade já não é tanta, ou serão só os exames de final de semestre? Se eu fosse vocês gostaria de acreditar na ultima.
A verdade é que o Diogo Martins não é um parceiro fácil de controlar e começa a pensar por ele próprio e isso levanta mau ambiente de trabalho... (mute )
Intrigas á parte, hoje vou-te falar de uma banda representada pelo músico de Washington, Phil Elverum. Phil Elverum era conhecido, por representar outra banda os The Microphones, mas decidiu depois de lançar um album chamado Mount Eerie, começar a actuar com este nome. The Microphones foi a banda de Phil Elverum quando ele ainda estava em Olympia, Washington lançou em 2001 um marco do indie rock, Glow Pt.2, aconselho vivamente. Mas hoje venho "dar" e falar um bocadinhoo sobre o EP de 2008 Black Wooden Ceiling Opening. Mount Eerie têm lançado alguns albuns mais "abençoados" como o Lost Wisdom ou o mais recente Wind's Poem. Embora seja fã de Lost Wisdom, este é EP é o meu release preferido de Mount Eerie. Ele é bastante lo-fi, mais que Lost Wisdom e Wind's Poem, que são lo-fi na medida em que é mais "light", Black Wooden Ceiling Opening encontra coêrencia no lo-fi. Embora as músicas sejam bastante caracterizadas pela melodia do songwriting, em quase todos os momentos deste album, existe experimentação, e metal, é verdade. Nalgumas músicas é bastante notável a influência do black metal neste album, bastantes riffs e instrumentais mais dark, no entanto sempre recorrendo a maneiras "baratas" e instrumentos "naturais" sem grande superprodução. Também as influências de pop, rock e indie rock dos anos 90 são bastante notadas. No entanto este album para mim é unico, o que realmente gosto no album é que embora quase todas as músicas tenham distorção, guitarras eléctricas, bateria, as letras das músias, e as melodias, bem como a voz de Phil, lembra-me sempre de acústica. Este album é um exemplo do que o agora chamado lo-fi, indie folk devia ser.
E prontx, agora vou deixar aqui o link para o EP e a música In Moonlight.


EP ! !
Mount Eerie - In Moonlight by Diogo Crostas

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Funkadelic - Maggot Brain


Querido blog,
"Mother nature is pregnant for the third time for y'all have knocked her up.
I have tasted the maggots in the mind of the universe
I was not offended for I knew I had to rise above it all
or drown in my own shit."


Melhor solo de guitarra de sempre.

Funkadelic - Maggot Brain



Maggot Brain é a faixa inicial do album de mesmo nome da influente banda americana Funkadelic. A música é um intenso solo de guitarra tocado pelo guitarrista Eddie Hazel, que mais tarde abandonou a banda e começa com uma introdução de George Clinton, frontman de Funkadelic e da banda irmã Parliament, ambas bandas americanas que se destacam pelas marcas que deixaram pelos mundos do rock, funk, psychadelia, soul e r&b. A verdade é que Funkadelic são uma banda underated que ninguém quer saber :(. Mentiras, este solo por exemplo, está sempre bem colocado naquelas listas de solos de guitarras que fazem...é uma obra-prima, mas Funkadelic não é só isto, aconselho vivamente o album Maggot Brain para entrarem no mundo Funkadelic-Parliament e George Clinton, principalmente se estão interessados em solos de guitarra cheios de sustain, ambientes psicadélicos, e ritmos tropicais (y).

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Flight Of The Conchords vs The Lonely Island

Estou cheio de dores de cabeça. A juntar à azia do meu Sporting andar completamente ridículo, do Real Madrid ter empatado ficando mais longe do Barcelona e dos New England Patriots terem perdido, o dia está a correr mal. Vá, nem muito mal. Isto só vai servir para eu dizer que: há quem diga que rir é o melhor remédio e fui à procura de coisas para rir. O que é que isso tem a ver com o blog? Muita coisa, porque das coisas que me metem mais bem disposto são os meus grupos de comédia musical preferidos. No youtube há milhares de pessoas a fazer vídeos engraçados com música, um exemplo disso é o Mystery Guitar Man ou os The Gregory Brothers. Mas há uns que apontam a objectivos mais altos, com produções musicais mais fortes e aparições televisivas. Hoje vou falar-vos dos The Lonely Island e dos Flight of the Conchords.


Os Lonely Island são um grupo de três rapazes, Akiva Schaffer, Jorma Taccone e Andy Samberg, que faziam espectáculos de comédia contendo sketchs e músicas. Foram depois descobertos pelo programa, visto por milhões e vencedor de inúmeros prémios, Saturday Night Live. A partir daí foi sempre a subir: vídeos no SNL com audiências brutais, um álbum lançado, colaborações com artistas conceituados como Justin Timberlake, T-Pain, Julian Casablancas dos Strokes, Norah Jones, Seth Rogen, Natalie Portman (óscar este ano?), JJ Abrams (LOST FTW!), Will Ferrell, Akon... Acreditem a lista continua... Enfim, o céu é o limite para os Lonely Island. O que eu mais gosto, em termos de comicidade, nos Lonely Island é aquele ar geek badass que eles têm. Mesmo do género: "sou ridículo, mas tenho buéda estilo". O que mais gosto musicalmente dos Lonely Island é as produções brutais que têm. As músicas são muito bem produzidas, não é propriamente nenhum beat feito às três pancadas. É uma recomendação que vos faço, verem os videos destes meninos, provavelmente já muitos os conhecem em videos como "Jizz In My Pants", "I'm On A Boat" ou "Dick In A Box". Vou deixar aqui o novo video deles com o Akon chamado "I Just Had Sex". Vou deixar aqui uma nota: se eu tivesse feito sexo com a Blake Lively ou com a Jessica Alba também fazia uma música e ia para a rua cantá-la... just sayin'.



Passando aos outros, que pessoalmente são os que gosto mais, os Flight of the Conchords são dois Neozelandeses, Bret McKenzie e Jemaine Clement, e como tal, começaram devagarinho até alcançarem o estrelato. Uma verdadeira conquista geográfica até, primeiro o seu país, com algumas aparições televisivas, depois a Austrália, com muitos espectáculos e só depois o resto do mundo, com idas ao Letterman e a realização de uma série televisiva. Aqui confesso, não vi a série, mas o Crostas viu e diz que é das melhores comédias que já viu. Por isso, se tiverem naquela fase em que já não há séries para ver, vejam Flight of the Conchords. No entanto, já vi e revi muitos vídeos deles e digo-vos: AWESOME! Já me ri sem parar a ver vídeos deles. Acho as músicas que eles fazem para a série razoáveis, mas as performances ao vivo são simplesmente brutais. Sem dúvida que foram essas performances que lhes deram aquele estatuto de culto que eles agora têm. Até já apareceram nos Simpsons. Estes duvido que tenham visto muito, porque não são tão mediáticos, por isso recomendo-vos.
Estou indeciso, por isso vão duas músicas. A primeira chama-se "Business Time" e fala sobre aquela coisa que todos gostamos de fazer (desculpa Crostas, sei que ainda não sabes o que é, mas um dias hás-de conseguir). A segunda chama-se "Hiphopopotamus vs. Rhymenoceros" e é uma battle de hip-hop simplesmente linda. Enjoy!





Se não se riram em nenhum dos vídeos é porque não têm sentido de humor! Pelo menos as minhas dores de cabeça passaram!