terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Bikini Kill - Rebel Girl

Tenho andado a exagerar no tamanho dos posts. Para não variar. É para garantir que ninguém lê mesmo. E hoje, para além de ser um post curto, vou iniciar uma coisa nova neste blog que consiste em não postar nas horas de maior movimento nas redes sociais. Yep, eu faço isso propositadamente. Granda vendido eu sei, mas é só para parecer que o blog tem bué movimento!


Já é tarde, tou com insónias, a ver o jogo mais aborrecido de sempre de NFL, a ouvir o nocturno e meloso The Weeknd e mesmo assim não consigo ganhar sono. Lembrei-me de vir aqui mandar umas postas de pescada. E, talvez seja a sensualidade de The Weeknd ou a espectacular pizza que a minha mãe me comprou hoje, mas apetece-me meter um post sobre mulheres. Não tenho vontade nenhuma de mandar-vos para a cozinha fazer-me uma sandes (oops, too much 9GAG?). Se bem que com estas moças eu não tinha coragem de me meter. Precisamente há um ano atrás, o Crostas fez um post sobre Sleater Kinney, riot grrrls geniais, que provavelmente não teriam existido das mesma forma devido à enorme influência que as Bikini Kil tiveram nelas. Feministas de punho cerrado, punk rockers old-school, amigalhaças dos Nirvana - o título da Smells Like Teen Spirit foi inspirado na vocalista que escreveu na parede do Kurt "Kurt Smells Like Teen Spirit" - irritam uns levando-os a fazer músicas contra elas (é uma dos NOFX, oiçam), encantam outros que as elevam a heroínas do feminismo. Guerras de sexos à parte, as Bikini Kill foram as pioneiras do movimento riot grrrl e mundo da música não seria o mesmo sem elas.
A música de hoje é a música mais conhecida delas, que para muita imprensa musical, é uma musica que se deve ouvir antes de morrer, de um álbum que também se deve ouvir antes de morrer chamado Pussywhipped (sugestivo hein?). Não tem clip (lol punks), por isso vou meter um vídeo que umas fãs fizeram para elas. Moral da história: no kitchen for these grrrls.
 
Ah já agora: era um xpetáclu digo eu se comentassem as porcarias que metemos no Facebook. Como se fosse uma super-comunidade a trocar ideias e tal! Beijinhos

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sam The Kid - Não Percebes

O HIP-HOP SÓ SERVE PARA INCITAR À VIOLÊNCIA, AO CRIME E À DELINQUÊNCIA. O HIP-HOP PORTUGUÊS É SÓ GAJOS COM A MANIA QUE SÃO GANGSTERS... NEM SEQUER É MÚSICA, NÃO HÁ INSTRUMENTOS!

ok, os haters e preconceituosos já se foram embora? Já consegui filtrar esse pessoal? Já posso falar sobre o meu tema sem qualquer problema? Nice. Hoje vou falar de Hip-Hop Tuga, centrando-me principalmente no meu intérprete preferido do género. Escrever este post, faz-me recuar para a minha pré-adolescência, nos meus tempos de 8º ano, quando eu fartava-me de ouvir hip-hop tuga. Sim, são só uns gajos a rimar, com um vocabulário meio sub-urbano, com uns beats por cima. Poetas é aquela típica descrição que vem à baila. Exagerada ou insultuosa para os verdadeiros poetas? Muito provavelmente. Mas vejo muito poucos a exprimir sentimentos e contar histórias com o uso de anáforas, metáforas, aliterações, assonâncias ou hipérboles com a qualidade como o Sam The Kid o faz.


Não acho que precise de apresentações. Todos conhecem o Sam The Kid, o puto de Chelas que faz umas rimas já há muito tempo e não é nenhum rookie nisto do hip-hop. Pensa-se em hip-hop tuga e fala-se em Samuel Mira. Três álbuns de rimas: Entre(tanto) em 1999, Sobre(tudo) em 2001, Pratica(mente) em 2006; e um álbum de beats dedicado aos pais (e que álbum!): Beats Vol. 1: Amor.
Antes de mais um reparo: eu não concordei com tudo o que o Fernando Pessoa, Camões ou Florbela Espanca me disseram (e não, não estou a comparar. acalmem a passarinha!). Tenho a certeza absoluta de que vocês também não. As vivências e os tempos são outros e é impossível identificarmo-nos com tudo. Isto é muito na base do que eu disse no artigo dos Rage Against The Machine. Agora apliquem o mesmo neste que vos falo. Eu não concordo com a Poetas de Karaoke. Desculpa Samuel, mas que dramatizas demasiado a questão, apesar de neste momento ouvir maioritariamente bandas nacionais que cantam na nossa língua. No entanto, quando ele começa a música com uma pura verdade - rappers de hoje em dia são como a pornografia, nem todos dão tusa porque há uma oferta em demasia! - também me dá vontade de pegar de assalto uma rádio como ele faz no videoclip. E finaliza com uma fantástica metáfora: Vocês fazem turismo de emoções que todos sentem. Eu faço culturismo de expressões que todos sentem! Que eu sinceramente espero não ser o único a achá-la brutal... Como também espero não ser o único a achar O Recado - música do segundo álbum - uma metáfora genial e uma história muito bem contada.


Nunca vi um artista a evoluir tanto e esse facto ser tão pouco referenciado. Ouve-se o primeiro álbum do Samuel e é bom, ouve-se bem. Ouve-se o segundo e já se torna audição regular. Ouve-se o terceiro e é para mim uma obra-prima. Os beats estão melhor do que nunca, com o Samuel cada vez melhor no seu MPC. Em cada música encontra-se um verso, um momento, um som memorável. É um dos melhores álbuns que já ouvi e está na minha lista de Natal para este ano. Um álbum onde explica o seu amor pela arte de mixar sons em À Procura da Perfeita Repetição, onde a rima eu oiço temas e temas feitos antes do meu nascimento, diz-me outra arte que te dá maior conhecimento resume perfeitamente a sua opinião e uma picardia ao Vitor Espadinha sabe que nem ginjas, que o meteu em tribunal por uma simples frase sua dita num programa que o Sam aproveitou. Explica o porquê de ser um apolítico em Abstenção, com frases geniais como: Comecem de inicio, de novo, alterem e tirem o sacrificio do povo, E eu devolvo a indiferença para foder partidos e blocos, eles é que tão em alta e nós aqui a contar trocos!. Denuncia o elevado desemprego e justifica a sua condição de viver com a mãe em Negociantes, que tem tiradas tipo Não quero a vossa redenção e tirem-me esta retenção na fonte. E qual é esta fonte? É a fonte do vosso banco, para gastarem numa emigrante do Elefante Branco?. E expõe o poder do destino com a fantástica e brutal 16/12/95 que, entre muitas, tem a excelente metáfora: fomos à lua e nem vimos Vénus, que acho que não preciso de explicar porque vocês não são burros.


OK, ainda não gostam de hip-hop, tudo bem. Rimar não chega para vocês e é preciso algo mais. O Samuel tem. Para além do fantástico beat dedicado ao Carlos Paredes na música Viva!, em Beats Vol. 1: Amor, inspirado pelo amor dos pais, mostra todo o seu poder em termos de produção de beats. Um álbum que se mete a tocar e o ambiente fica logo relaxado e chillout. É outra obra prima, feita em 2002, que iguala-o a muito bons produtores de hip-hop, com um décimo das condições. Recomendo vivamente, mesmo que não gostem de hip-hop. Para quem saca com torretz, podem usar este link.

O puto Samuel até quando participa em músicas dos outros o protagonismo é dele. Na Tuga Night do Boss AC, rimas como E esta porta não se abre, para um repórter que não sabe, mas é eleito para escrever e sublinhar os defeitos. Isto não é States, grandes rabos, grandes peitos. TV cabo, satisfeitos? eu não, estamos feitos, então! ou Não dances, não te canses, isto não é um ginásio, tás fora do tempo. Toma leva um Casio, aprende mais um pouco e vais saber como fazer os novos movimentos. Fitness não é hip-hop, não inventes vertentes! Fazem dele o dono da música. Ou a sua rima sufocante na Beleza Artificial do Valete Os pensamentos medíocres, que só querem que tu look, todos os dias novos looks. hoje à noite é para o Lux, onde apanhas grandes mocas com vodkas e brocas e tocas em cocas, sufocas, convocas o sexo a quem provocas! que fazem o Bónus e o Valete suspirar de espanto.

Essencialmente o Sam The Kid é para mim um dos melhores músicos portugueses. Não é músico? OK, chamem o que quiserem, continua a ser dos melhores. Dá-me realmente gosto ver outros músicos a apreciarem o seu trabalho, como o Rui Veloso, Vitorino e até mesmo o André Henriques dos Linda Martini. A música de hoje é o clássico. É a que canto com mais vontade, mais agressividade, quando penso nos que o julgam. Samuel és um dos grandes e os outros... Não Percebem!

♥ Desabafos ♥

Querido blog,
quando já ninguém esperava o meu regresso resolvi desabafar contigo.
Andava-me a sentir mal por estar a ouvir non stop o ultimo dos Nickelback (?!) e decidi botar o filósofo em mim cá pra fora.

O que é a música além de uma maneira de podermos mostrar aos nossos amigos, e inimigos, o quão fixes somos? O que é a música além de tentar esconder o nosso (meu baixo) intlecto, e tentar ganhar alguma credibilidade no mundo dos alphas ? Além de nos xcitarmos porque uma parte de nós é artistica, sentimental, o que dá sempre jeito quando conhecemos uma lady (não resulta) etc, etc, etc...

Música é também DIVERSÃO...música deve-nos fazer sentir excitados, ao ponto de dançarmos o hardcre, ou outra coisa qualquer, sozinhos no quarto. abanar a cabeça quando ouvimos um breakdown, correr em circulos quando a música é a abrir, entortar os dedos e piscar o olho quando ouvimos kel gangsta rap, gritar com sentimento bebedos "FUCK YOU I WONT DO WHAT YOU TELL ME". Tudo isto é diversão.

Eu, mero jovem, com tempo a mais nas mãos, penso nestas coisas, mas acho q não sou o unico.
Cheguei á conclusão que levava a música um bocado a sério. Como todo o pessoal na europa leva (via stuffyouwillhate) lol.
O velho continente deposita muito na arte. Faz parte da música, mas não é a sua unica dimensão. Eu gosto de arte, gosto de ouvir coisas artisticas, faz-me comichão na cabeça, e se não a discutir com ninguém até a julgo entender.
NO ENTANTO, música é uma indústria, SHOWBIZ é a palavra certa, e tem como objectivo primário (primary) entreter-nos, DIVERTIR-NOS. É neste mundo que nascem as bandas, e embora muitas consigam atingir o estatuto de artistas, muitas delas utilizam fórmulas já criadas na industria, com o objectivo de nos causar excitação e agrado. E ISSO É ÓPTIMO.
E é assim que venho desculpar o meu mau gosto musical (NOT).
Em vez de estar muitas vezes a roer a cabeça sobre o que banda X representa para a maior parte do pessoal, e arranjar um esquema para ver o que ela tem de representar para mim, eu sento -me no meu cadeirão e meto KEL CD DOS BLINK A TOCAR, ou Limp Bizkit, ou um deathcore bem batiido, e vou abanar a cabeça!

Enfim


Obrigado por me ouvires querido blog !
Tiveste saudades minhas ?!
O que achas que a música deve representar? Que direcções deve tomar?
Sou burro ?