quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Animal Collective - Fireworks

Não vou voltar a fazer uma introdução a falar da mesma lengalenga de sempre. Ya, tenho tido exames e tal, não é bem uma desculpa, mas pronto. De qualquer forma, tenho andado a ouvir muita música para fazer-vos reviews bonitas. Tenho andado particularmente interessado numa banda que é uma das protegidas e, já uma banda de culto, do mundo indie. Vou armar-me em prepotente e arrogante, criticando algumas das coisas deles, mas elogiando muito, porque são autores de músicas que me fazem entrar em êxtase. Aquele êxtase calminho, que nos faz sonhar! É uma banda que podia ser das mais conhecidas no nosso país, dado que um dos seus vocalistas vive em Lisboa e é casado com uma portuguesa. Os insiders já perceberam que hoje vou falar dos Animal Collective.


Quando inicialmente os comecei a ouvir, pouco sabia sobre eles e, até há pouco tempo o que sabia era realmente muito pouco. Tinha vários CDs deles, mas ouvia só algumas músicas deles. Então decidi investigar e aculturar-me. Os Animal Collective são uma banda americana iniciada por David Portner (Avery Tare) e Noah Lennox (Panda Bear; o tal que vive em Lisboa). Juntos, lançam o primeiro trabalho da banda em 2000, chamado Spirit They're Gone, Spirir They've Vanished, que lhes valeu comparações com o psicadelismo de Beatles e Pink Floyd (say whaaaaat?). É uma boa estreia, tem uma ou outra música chata, sendo as outras porreiras. É absolutamente ground-breaking dado o ano em que foi lançado e é também, no fundo, a essência do que de melhor fazem os Animal Collective: o pop psicadélico que pega em nós e nos leva para o País das Maravilhas. Em 2001, lançam o sucessor, Danse Manatee, já com Brian Weitz (Geologist) na banda. Se os que ouvem Animal Collective pensam: "isto parece tudo ao calhas", oiçam este álbum e esse sentimento é levado ao expoente máximo. Para além das músicas mais curtas não terem desenvolvimento nenhum, as músicas maiores, carecendo também desse problema, chegam a ter sonoridades irritantes. Se quiserem oiçam o álbum, mas digo já que é, para mim, muito fraquinho. Em 2003, junta-se Josh Dibb (Deakin) ao duo inicial e os três lançam o álbum Campfire Songs, sob o mesmo heterónimo (calma aí, Fernando Pessoa). Só tem cinco músicas, é porreiro, com o interessante pormenor da forte presença das guitarras acústicas, mas nada de especial. No mesmo ano, com os quatro elementos da banda finalmente juntos e já com o nome Animal Collective definido, é lançado Here Comes The Indian. A crítica gosta bastante, mas eu não o acho nada de especial. Continuo a vê-los a tentar fazer coisas diferentes e novas, mas sem aquela componente importante que é ser audível por um grande número de pessoas. Mas em 2004, os Animal Collective começam a atingir a excelência. Lançam Sung Tongs, um excelente álbum, com um estilo difícil de qualificar, mas que soa muito bem nos nossos ouvidos. Desprenderam-se, nesta fase, das sonoridades mais viradas para os "contos de fadas", passando para ritmos mais rápidos e mexidos. Segue-se 2005, que nos traz Feels, mais uma maravilha deste quarteto, todo ele feito com uma afinação das guitarras única, o que lhe confere uma sonoridade inevitavelmente diferente. Como eles disseram: "Todas as músicas do Feels estão afinadas a partir do piano de um amigo nosso, que já estava por si próprio, desafinado."


Continuando o processo de aperfeiçoamento, as músicas vão ficando cada vez mais convidativas a um maior número de pessoas, as vozes (e gritos do Panda Bear) cada vez melhores, as músicas com uma produção muito melhor, sempre com o cunho próprio da banda, e é lançado em 2007, Strawberry Jam, vencedor de inúmeros prémios e detentor de relativo sucesso comercial. Lembro-me inclusive, que o single "Peacebone" chegou mesmo a dar na televisão portuguesa, nos intervalos da SIC Radical. A música de hoje é precisamente deste álbum, mas já lá vamos! A carreira dos Animal Collective continua em 2009, com mais um arrecadador de prémios, Merriweather Post Pavilion (a capa está em cima, granda ilusão de óptica né?), que foi nomeado álbum do ano em variadas publicações de música, incluindo o suplemento musical da revista Time (só pa dar aquela credibilidade). É o álbum mais longo da banda, parece-nos logo uma das coisas mais sérias que os Animal Collective já fizeram e tem como produtor Ben Allen, que trabalhou com os Gnarls Barkley (só pa cativar a malta pop). Tem como single "My Girls", oiçam que é muito porreiro.
Concluindo, oiçam os 4 últimos álbuns que são muito porreiros, porque agora que os ouvi com atenção, fiquei simplesmente atordoado com a evolução, constante mudança de sonoridade e frescura das canções. A música de hoje é a minha preferida deles, chama-se "Fireworks" (não, não tem nada a ver com a Katy Perry), tem aquele coro inicial super-contagiante, o gritinho no refrão que também me faz gritar, o riff do piano no refrão e toda aquela sonoridade épica que nos leva a navegar por caminhos imaginários. É uma das minhas músicas preferidas de sempre, já fez repeat muitas vezes no meu iPod. Enjoy!



Eles têm também alguns EP's, que são "restos" das gravações de cada CD, para quem tiver interessado, oiçam também!

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