
José González é um sueco (ya, González é aquele típico nome escandinavo) de origem argentina que iniciou a sua carreira musical numa banda punk inspirada por nomes como Black Flag, The Misfits e Dead Kennedys. Eu sei, mudança radical, tipo os Coldplay começarem agora a tocar metal. Mas para o bem ou para o mal, González virou-se para o folk. Talvez perdeu-se um grande nome do punk, quem sabe, mas ganhou-se um bom nome da música internacional. Enquanto artista solo, lançou o seu primeiro trabalho em 2003, um EP chamado Crosses e digo-vos já aqui, muitos dos EPs têm músicas dos álbuns, mas eu não consegui encontrar nenhum por aí, por isso, confesso: não ouvi nenhum EP. Ouvi sim os dois álbuns, Veneer lançado em 2003 e In Our Nature em 2007. A diferença não é astronómica, mas nota-se um claro ganho de maturidade de um para o outro. González é um mestre a dedilhar a guitarra clássica, à qual acompanha uma voz suave e tranquila, com um sotaque algo peculiar. E não há muito mais que isso: umas percussões ligeiras, umas back vocals a acompanhar, sopros e sintetizador em algumas músicas. É a simplicidade praticamente ao seu expoente máximo. Não é um artista genial, não tem, até agora, trabalhos fora do normal, mas ouve-se bem e a modéstia transmitida pelo artista nas suas músicas fazem-nos criar uma empatia imediata. E isso é fixe, não nos surpreende muito, nem pela negativa nem pela positiva. Há também aquele estigma criado à volta dele de que as músicas mais conhecidas ("Heartbeats" dos The Knife e "Teardrop" dos Massive Attack) são covers. Bem, o Jeff Buckley lançou um fabuloso Grace e continua a ser conhecido pela Hallelujah, original de Leonard Cohen. Mas mesmo assim, González não precisa de advogados e tem originais muito fortes, talvez até mais que as próprias covers.

Este artigo de hoje, serve para vos dar outras músicas, para além das já exageradamente badaladas de Gonzaléz. Não digo com isto que não sejam covers muito boas, porque são. González transforma claramente as músicas, sem, no entanto, tirar a sua identidade e isso, ouvido muitas covers que por aí andam, é de se lhe tirar o chapéu. No entanto oiçam também músicas do álbum Veneer, como "Crosses", "Broken Arrows", "Slow Moves" e a que vos deixo hoje, "Remain". Do álbum In Our Nature, músicas como "How Low", "Killing For Love" e "The Nest", são também muito fortes. Oiçam mesmo, não é uma cena que eu considere obrigatória, mas é como vos digo uma coisa que se ouve muito bem, muito leve, sem cansar o ouvido tentando identificar os sons. Devo também aqui dizer-vos que José González tem um projecto com mais dois elementos (que esteve no Super Bock em Stock agora em Dezembro), chamado Junip. Já saquei para ouvir e futuramente falarei deles! Fiquem então aí a ouvir a "Remain" que tem um final espectacular, adoro mesmo.
José González - Remain by Diogo Martins
Epá vamos lá a partilhar, para termos muitos likes no facebook ahah! Boa Noite!
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