quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Queens of The Stone Age - In My Head

Ainda hoje tive a falar com o Crostas sobre este vosso espaço de reflexão musical. Porque não artigos de Led Zeppelin, Beatles ou Pink Floyd? Falar de bandas mais que consensuais serve para quê? Tudo o que tinha de ser dito já foi dito várias vezes e, precisamente por isso, nos precavemos de escrever baboseira sobre eles. Agora vocês dizem: "Então porquê Coldplay, Blur ou Eminem?". A resposta é simples: apesar de isto ser uma cena maioritariamente de partilha, também gostamos de dar a nossa opinião, a nossa alfinetada, gostamos de defender música onde vemos algum mérito e qualidade. E hoje vou fazer o mesmo, vou falar de uma banda já muito conhecida (nem que seja pelo nome sonante), adorada por alguns, menosprezada por outros e odiada por quem não gosta das atitudes do vocalista: os Queens of the Stone Age.


Os Queens of the Stone Age já sofreram muitas mutações, uns foram despedidos, outros saíram porque, infelizmente, a vida já não queria nada com eles, outros como o Troy Van Leeuwen dos A Perfect Circle ou a besta Joey Castillo, baterista dos Danzig, entraram na banda já depois de alguns álbuns lançados. Também já convidaram muita gente entre eles o engraçado Jack Black, Dave Grohl, Billy Gibbons dos ZZ Top e Mark Lanegan dos Screaming Trees. Mas as constants são o ginger Elvis, o rei do deserto, Josh Homme e o seu auto-denominado robot rock por causa das canções girarem à volta de um riff repetido ao longo delas.
Ultimamente tenho andado viciado neles. Os seus singles sempre foram parte muito activa nas minhas playlists. Go With The Flow com o seu ar melancólico e ao mesmo tempo rockeiro, No One Knows com um dos riffs mais característicos de sempre, In My Head que me faz sempre lembrar os tempos de Need For Speed e Sick, Sick, Sick que me lembra sempre o negro videoclip. São músicas que estão na minha cabeça e conheço-as de trás para a frente. Mas até há pouco tempo, não tinha ouvido muito os seus álbuns na íntegra. Após ouvir mais coisas com atenção, juntei rapidamente a estas músicas outras como Make It Wit Chu, um hino ao sexo, The Lost Art Of Keeping a Secret e, a famosa lista de compras, Feel Good Hit of the Summer. O grau do vício foi aumentando e eu a querer ouvir mais, até que, saiu uma notícia que dizia que os Queens Of The Stone Age iam tocar na sua tour, músicas do seu primeiro álbum, lançado em 1998. Fui ouvi-lo... Até então, nunca percebia as pessoas que diziam que tinha as músicas tinham um cheirinho a deserto. Com o primeiro álbum, homónimo, percebi isso. Sem nunca ter ido ao deserto norte americano (aqueles com caveiras de búfalos), fez-me lembrar exactamente isso e, citando um fã: "Só me imaginava com o depósito do carro cheio a fazer a Route 66". Em 2001, lançam o fortemente aclamado pela crítica Rated R (não, não tem nada a ver com a Rihanna). Ganharam grande reconhecimento com este álbum, muito graças à Feel Good Hit of the Summer. É um álbum com uma melhore produção e arranjos, com o toque a deserto mais suavizado, um pouco mais pesado, não no sentido músical, mas sim num sentido de relaxamento. O terceiro registo e pessoalmente o meu preferido, chama-se Songs For The Deaf e é lançado em 2002. É o que os QOTSA fizeram mais próximo daquilo que se pode chamar um álbum conceptual: todo ele gira à volta da viagem entre Los Angeles e Joshua Tree (cidade onde nasceu Josh Homme) e isso é demonstrado pelo engraçado pormenor da transição de uma música para outra ser feita através da emissão de rádio, um pouco ao estilo do Próxima Estación... Esperanza do Manu Chao. É um álbum que tem aquelas músicas que toda a gente gosta dos QOTSA: No One Knows e Go With The Flow que deixo ali em baixo, bem como outras músicas fortes como a First It Giveth e a fenomenal Song For The Dead, que recomendo vivamente para o pessoal mais hardcore, vejam esse video: BEST. INTRO. EVER!



Prosseguem a carreira com o Lullabies to Paralyze que, apesar de eu pessoalmente não o amar, tem uma das músicas que gosto mais deles, se não a que gosto mais, In My Head. É, no entanto, um álbum porreiro que continuou a dar-lhes reconhecimento da crítica e do público. Até aqui, sempre foram constantes: lançavam álbuns ainda um pouco (não muito) longe da perfeição, mas com 3 ou 4 músicas absolutamente geniais.
Em 2007, com o lançamento de Era Vulgaris, decidiram mudar um pouco mais a sonoridade. Isto leva, como sempre, à separação de opiniões da crítica. Até aqui, reuniam algum consenso, mas após este álbum a crítica divide-se. O que é certo é que o álbum é mais negro, com uma sonoridade mais pesada comparativamente aos outros. É um álbum estranho e, para mim, um tiro ao lado na carreira dos QOTSA. Não é mau, mas também não é bom. É banal. Mas o experimentalismo é de louvar, se bem que o Homme podia continuar a fazer isso nas Desert Sessions.

Conclusão, os QOTSA não fazem álbuns geniais, mas fazem canções geniais (oiçam mesmo algumas das que meti aqui) que já os fez entrar no conhecimento do público em geral. Oiçam-nos, principalmente ao vivo (mas não mandem garrafas ao Homme se não acontece o que aconteceu no Norwegian Wood) pois acho-os fortíssimos, apesar de uma ou outra canção ser melhor em estúdio. Vou deixar-vos aqui com uma música que também o Crostas gosta muito e ando viciado a tocá-la na guitarra! Chama-se In My Head, tem uma letra porreira, é muito simples, mas acho-a bem tranquila de se ouvir. Enjoy!

2 comentários:

  1. Hoje decidi dar um pouco mais de atenção ao meu Reader e pensei.. uiiii devo ter imensos posts do diogo para ler e para meu espanto só tinha 3 em atraso. Só 3???? O que andas a fazer?

    Enfim, para minha grande alegria vi os QOTSA. Que boa escolha! Amo, deliro, com os acorders, algumas boas letras, vocalista (e nem gosto de ruivos e claro que tinha que comentar isto), o Joey Castillo (baba...), até com os clips.

    E se o rock tb não tem de ser sexy.. então não sei o que será.

    Já agora, não gostas do Litle Sister?

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  2. epá, desculpa-me os erros. hoje não estou com vontade de escrever (2 comentários.. weee)

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